quinta-feira, 9 de julho de 2015

Where is MV.Atlântida ship?

Navio MV.Atlântida, foto do blogue olharvianadocastelo




Caro leitor

Eu sei que tenho tratado o assunto de forma alongada e não interessante.
Pode ver nas duas ligações seguintes como já escrevi muito neste blogue sobre o navio Atlântida e os estaleiros de Viana do Castelo. Contrariamente ao que tenho visto em outros blogues, mais lidos que este, as minhas análises não foram objeto de comentários exaltados de críticos das empresas públicas que, no fundo, têm validado as políticas do atual governo.

http://fcsseratostenes.blogspot.pt/search?q=atl%C3%A2ntida
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/search?q=viana+do+castelo

Porém, recentemente aconteceu um facto deveras interessante, e que eu lhe pedia, se não abuso da sua benevolência,  que ajudasse a divulgar, primeiro por ser do interesse dos contribuintes, e depois porque a comunicação social mantem o secretismo.
Dele tive conhecimento através do económico.sapo/diário económico (a previsão do facto), de um blogue de Viana do Castelo (que ele estava a decorrer) e do site de localização de navios "localizatodo" (que o facto aconteceu).

O acontecimento responde à pergunta "onde está o navio Atlântida?"
E a resposta é:
- Está no estaleiro de Landskrona, na Suécia, perto de Copenhague, no outro lado do estreito de Oresund.
http://www.worldportsource.com/ports/map.3377.1718.php
http://olharvianadocastelo.blogspot.pt/2015/07/navio-atlantida-muda-de-nome-e-ruma.html

Saiu de Viana do Castelo em 1 de julho às 14:00 e chegou a Landskrona no dia 6 de julho às 05:15.
Fez a viagem à velocidade média de 11,6 nós (20,9 km/h) com velocidade máxima de 16,6 nós (29,9 km/h).
Estes são dados retirados do "localizatodo" (também pode pesquisar em "vesselfind"). Mas não pesquise por Atlântida. Escreva antes "Norway Explorer", o seu novo nome.
O navio foi comprado à Douro Azul pela Hurtigruten, uma companhia norueguesa de cruzeiros, principalmente nos fiordes.

O Norway Explorer depois da reconversão, antevisão da Hurtigruten


Nos estaleiros de Landskrona será reconvertido em navio de cruzeiros simplesmente. O número de cabinas subirá de 27 para 180 e a lotação baixará de 750 para 320 passageiros, deixando de ter capacidade de transporte de viaturas (anteriormente: 145). Terá de ser dotado de quebra gelos, mas o peso adicional será compensado pela retirada da porta de acesso de viatura anti emborcamento (instalada como alteração ao projeto depois do afundamento do ferry Estónia). A hipótese de montagem de quebra gelos já tinha sido colocada em 2009, depois da rejeição pelo governo dos Açores, quando foi estudada e recusada pelo governo de então uma parceria com estaleiros noruegueses.
A Douro Azul tinha comprado em setembro de 2014 o Atlântida em concurso público por 8,75 milhões de euros e vendeu-o agora por 17 milhões (se a informação do diário económico está correta).
Eu peço, leitor, que não pense que estou a criticar o empresário que fez o negócio. Ele trabalha para ganhar dinheiro e não enganou os noruegueses porque estes percebem de navios, mais do que ele (não é uma crítica) e mais do que as instâncias oficiais que conduziram todo o processo de encerramento dos estaleiros de Viana do Castelo (é uma crítica).
Contrariamente ao que se lia nas caixas de comentários de comentadores mal educados e aparentemente frustrados, ao que a propaganda oficial dizia para desmerecer no trabalho dos estaleiros de Viana do Castelo, de trabalhadores e projetistas,  e para "desculpar" a recusa pelo governo dos Açores, o Atlântida não era sucata e valia mais do que 8,75 milhões de euros.

Fica provado, com a ida para a Noruega, que a venda pública foi mal feita e que o argumento do navio ter sido mal construido era falacioso. E poderá dizer-se que os contribuintes ficaram prejudicados no negócio (admitindo que a Douro Azul tenha gasto 3 milhões em manutenção, combustível e impostos, terá havido um prejuízo de 5 milhões  para os contribuintes, confirmando-se os valores do diário económico, por incapacidade das instâncias oficiais).

Este facto vem juntar-se às outras provas de má gestão do processo de encerramento dos estaleiros de Viana do Castelo, desde a recusa das parcerias com estaleiros holandeses e noruegueses em 2009-2010, invocando razões burocráticas, à demora injustificada em autorizar a encomenda de chapa para conclusão do segundo patrulheiro, ao ter-se deixado cair a encomenda dos asfalteiros para a Venezuela, à rescisão do contrato dos restantes 6 patrulheiros invocando o tratado da união que, afinal, prevê apoios estatais em assuntos de defesa, para recentemente ser anunciada a possibilidade de ajuste direto dos 6 patrulheiros á West Sea (o que poderá configurar favorecimento).

Em todo este processo ficou patente que a tomada de decisões raramente se baseou em razões técnicas, o que até pode ser mais um exemplo da maneira de ser portuguesa, não querer perder tempo a fazer e analisar cálculos que fundamentem as soluções técnicas.

Faço votos para que o Norway Explorer encontre bons ventos e que manobre com todas as suas capacidades de manobrabilidade (2 propulsores azimutais sem leme, 2 impulsores de proa para atracação, 5 metros de calado) e de navegação eletrónica pelos fiordes noruegueses.

4 comentários:

  1. Anda para aí um senhor do PS Açores que contribuiu para a rejeição do Atlantida depois de exigencias atras de exigencias o "desgoverno de que esse "senhor" era presidente rejeitou o navio por em provas de Mar falhar uma milha em relação ao caderno de encargos elaborado antes de modificações e mais modificações. Esse senhor para aí anda anafado mas tambem contribuiu para o colapso dos Estaleiros Navais. É gente desta que tem denegrido a nossa qualidade de portugueses...

    ResponderEliminar
  2. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O presidente do GRAçores era nem mais nem menos que carlos César! Ora preside ao PS e encolhe os ombros apesar de ser o principal culpado do que aconteceu ao navio e do prejuízo enorme que provocou as ENVC e que ditaram a sua falência, só um cego não vê.
      .

      Eliminar
  3. O que não serviu para nós, tem servido alguns ganharem muito dinheiro e para vir a prestar bons serviços à comunidade norueguesa quando devia estar a trabalhar ha muito para o povo açoreano. Somos assim... ricos e esbanjadores.

    ResponderEliminar