quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

A ponte do Marujal


Depois das cheias no Mondego de 20 de dezembro de 2019, que puseram em dúvida a consistencia do aterro de um dos pilares, a ponte do Marujal continua encerrada. Não há comboios para a Figueira:



Travessia do viaduto a velocidade reduzida, antes das obras de reforço de 2017
https://www.youtube.com/watch?v=N-cwlN5J0hE

Entrada do viaduto de treliças. Notar os esticadores que percorrem toda a extensão do viaduto
vista do rio Arunca para o lado sul 
vista do Arunca para o lado norte, perto da sua foz no Mondego; uma das pontes da estrada 341
vista do viaduto a partir da referida ponte da estrada 341
vista aérea do viaduto, do rio Arunca e da estrada 341
a 500m a nascente do viaduto a linha e a estrada quase se tocam sem vedação ou proteção; exemplo das limitações orçamentais e de alguma falta de cultura da segurança que induz na população hábitos de risco no acesso á via 

o mesmo local visto da via férrea

Durante muitos anos o viaduto era atravessado a velocidade reduzida. Em 2017 foram realizadas obras de reforço do viaduto. Os comboios puderam então atravessá-lo a mais de 60 km/h.
Recordo a satisfação de duas senhoras, provavelmente professoras de Coimbra que aproveitavam as suas reformas para passarem o dia na Figueira. Riam e comentavam a felicidade de não ser preciso abrandar. Talvez essa imagem seja a mais sugestiva para tentar justificar uma rede metropolitana na área de Coimbra,, não a imagem de uma cena de deslocação para o trabalho, aliás frequente na linha Coimbra-Figueira, onde junto das estações se podem ver muitos automóveis estacionados enquanto os seus donos estão no trabalho, num exemplo de intermodalidade. Infelizmente falhou a capacidade de financiamento para desenvolver essa rede. Nem sequer se conseguiu repor a ligação ferroviária Coimbra-Lousã-Serpins, esperando pelo metrobus chegando numa manhã de nevoeiro (parece que se aguardam propostas de fornecimento dos autocarros elétricos), mas como pode desenvolver-se uma área metropolitana sem uma rede ferrovi+aria?
E assim chegámos às cheias de dezembro de 2019..A IP aguarda a descida das águas para avaliar a conveniencia de obras de reforço do aterro do pilar central, tão pouco tempo depois do reforço do viaduto treliçado.
Ligações que referem as preocupações com a necessidade de desassoreamento, de manutenção e de ampliação das infraestruturas de regularização da bacia do Mondego, que aliás já existiam no século XVIII, como se pode ver no alvará da rainha D.Maria I na Gazeta de Lisboa de 28 de março de 1791 que aprovou o plano e os procedimentos normativos para a construção faseada das estradas principais e da regularização do rio Mondego:

Contudo, alguma coisa se foi fazendo. As limitações de financiamento, as burocracias e a real carencia de meios técnicos e o desinvestimwnto na manutenção, como diz a Ordem dos Engenheiros, impedem as soluções mais corretas. Do projeto faziam parte 6 bombas no sifão de Montemor; apenas 1 funciona. Mas alguma coisa se foi fazendo: 
2018     https://www.noticiasdecoimbra.pt/coimbra-lembra-que-desassoreamento-do-rio-mondego-visa-evitar-cheias/
2019    https://www.noticiasdecoimbra.pt/rio-arunca-em-soure-e-montemor-o-velho-recebe-investimento-de-6-milhoes-de-euros/      


A submersão da linha do Norte em Alfarelos lado nascente deveu-se à subida do rio Ega, possivelmente, para além da subida do Mondego, por entupimento da sua passagem sob a linha. O rio Ega passa nas ruinas de Conimbriga:

onde se lê Egas dever´ler-se Ega

onde se lê Egas dever´ler-se Ega


Ver a descrição do aluimento na A14 em 2016 no rio Foja, afluente do Mondego na margem norte, um pouco a poente de Montemor o Velho:
https://fcsseratostenes.blogspot.com/search?q=a14


Afluentes do Mondego na margem esquerda, da foz para Coimbra:
Pranto, Arunca, Ega e Ceira
na margem direita:
Foja, rio Velho (curso do Mondego anterior à sua canalização)/rio dos Fornos

ver (blogue de Rui Appelberg):
https://apontementos.wordpress.com/grid-page/bacia-do-rio-mondego/




https://www.publico.pt/2019/12/27/sociedade/noticia/barragem-fundamental-gerir-mondego-cancelada-2016-1898664

Correta análise da ordem dos engenheiros:
https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/bacia-do-mondego-ordem-dos-engenheiros-deteta-quatro-falhas-529945

Declaração do ministro do ambiente defendendo o curso livre do rio Ceira, sem especificar que métodos de engenharia natural recomenda (também a propósito da linha circular do metro disse que era ,muito boa porque a cidade abria-se para ela; do ponto de vista técnico, parece que as suas competencias estão desadequadas relativamente ao cargo que ocupa):
https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/governo-recusa-artificializar-caudais-dos-rios-para-travar-cheias-no-mondego

Sem comentários:

Enviar um comentário