A propósito de Alcantara, conviria esclarecer se o PNI2030 ainda considera a ligação da linha de Cascais à linha da cintura. É a ficha de investimento F10, mas surgiu uma esperança de que não façam tal disparate graças ao parecer do CSOP alertando que a capacidade da linha norte-sul não é infinita para aguentar com mais uma linha suburbana/metropolitana.
http://fcsseratostenes.blogspot.com/2021/03/uma-noticia-inesperada-vinda-da-camara.html
Mas como é disparate é capaz de vir a ser feita. Estações enterradas ao lado do caneiro de Alcantara (incluindo uma futura do metro, como dizia o PUA de má memória?) claro que se podem fazer, mas em terrenos assim é mais estacas e viadutos (vá, senhores fundamentalistas dos "impactes" visuais, condenem-me às profundezas do inferno).
Porquê a preocupação em integrar a linha de Cascais na rede da IP, quando a sua natureza é suburbana/metropolitana e foi uma empresa independente da CP? Sem desprimor para a unidade de suburbanos da CP. Vamos ter um cabo de 25 kV a descer por um pilar da ponte 25 de abril. Não tem problema técnico, já o mesmo não se pode dizer de termos 25 kV ao pé do mar em zonas de ventos de sudoeste.
Quanto ao prolongamento da linha vermelha a Alcantara Terra (o objetivo devia ser Alcantara Mar sem linha circular, mas quem decide ignora o estudo da SIEMENS-DECONSULT de 1974 que jaz possivelmente em qualquer depósito do metro) o senhor presidente do metro já autorizou o Publico a desvendar alguma coisa antes duma consulta pública inútil do EIA:
Isto é, o EIA diz que vão ser mais 11milhões de passageiros (mas então, a linha circular não eram só mais 9 milhões? então o lógico não era não se fazer a circular?). E o tunel tem de passar por baixo do jardim da Parada? não é por ser o jardim, é porque parece uma curva sem justificação (bem basta quando há justificação, mas não devem fazer as contas ao desgaste de carril); não pode ir pela Ferreira Borges ? em TBM, senhores, em TBM, quanto mais não seja pela pegada ecológica. E perde-se a oportunidade de fazer um parque disuassor em Campo de Ourique norte, junto das Amoreiras. E temos a Linha vermelha longe da famosa linha circular e mais de 800 m entre a estação de metro de Alcantara Terra e a de Cascais (é isso, não querem cá correspondencias).
Mais informação sobre a localização das estações. Verifica-se que segue a ideia do mapa de 2009 sem assumir a correspondencia com a linha de Cascais nem a necessidade de rever o PUA:
Quanto ao plano de mobilidade da AML continua na gaveta ou a senhora presidente da Autoridade de Mobilidade e Transportes está a decidir para finalmente legalizar o seu mapa de 2009?
E a urbanização da pedreira do Alvito terá alguma coisa a ver com isto?
Por estas e por outras pode acontecer o mesmo que aconteceu nas eleições autárquicas de Lisboa,
agora que faltam 3 semanas e meia para as legislativas.
PS em 7jan2022 - Mais uma vez
o Metropolitano apresenta factos consumados sem um debate público prévio com
análises de várias alternativas. A experiência mostra que a consulta pública
dos EIA (estudo de impacto ambiental) já não consegue mudar os traçados. O
traçado para o prolongamento da linha vermelha agora proposto fundamenta-se no
mapa de 2009 do MOPTC ignorando o mapa do PROTAML de 2002 e a necessidade de
integração num plano de mobilidade da AML de que foi incumbido pela lei 2/2020
da AR. Anota-se a perda de oportunidade de fazer um parque dissuassor em Campo
de Ourique norte com correspondência com o metro e as curvas de pequeno raio,
indutoras de desgaste de material, para servir
a zona do Jardim da Parada.
Não se prevê
a correspondência com a linha de Cascais na estação Alcântara Mar o que
aliviaria o tráfego em Cais do Sodré. Mesmo assim, é afirmado que este
prolongamento induz um aumento de tráfego na rede do metro de 11 milhões de
passageiros por ano, superior portanto ao que foi anunciado para a linha
circular de 9 milhões, mostrando assim a má decisão de ter dado prioridade a
esta.
Relativamente
à ligação da linha de Cascais à da cintura, recorda-se o parecer negativo do
CSOP devido à saturação da linha de cintura. Também se considera importante
rever o plano de urbanização de Alcântara que previa a longo prazo duas estações
de metro e a médio prazo uma da ligação da
linha de Cascais à da cintura, todas subterrâneas o que a natureza dos
terrenos desaconselha.
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