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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Medidas corretivas concretas - 5

5a  - Tendo como referencia o acordo de Londres de 1953, com perdão de parte da dívida da Alemanha e limitação do serviço anual da dívida a 5% do valor das exportações, negociar com as mais altas instancias da União Europeia, do BCE e do FMI  e em coordenação com os países PIIGS, a redução da divida (por maioria de razão se de uma auditoria resultar uma  componente ilegítima e se da análise histórica se comprovar  juros superiores ao razoável)  e estabelecer que a  soma destinada ao pagamento anual da dívida não pode exceder 5% das receitas do Estado.

5b – Proibição ou forte limitação através de sobretaxação progressiva, das vendas a descoberto (short-selling) e das transações dos CDS (credit default swaps)  e dos derivados futuros (algumas destas medidas aliás já decididas internacionalmente)

domingo, 11 de março de 2012

Definição de parceria público-privada

O que é uma parceira público-privada, ou definição de parceria público-privada por Dona Piedade :
- É quando a parte pública fica privada de alguma coisa

                                     (Cravo & Ferradura, de José Bandeira, Diário de Notícias)

Aguardemos os resultados da comissão nomeada pelo governo para analisar as parcerias.
As parcerias são um exemplo de como uma ideia boa, em princípio, e conciliatória por envolver os dois setores, acaba quase sempre por estragar tudo.
Ou talvez ilustre também os riscos das inovações.
E no fundo, o conceito de parceria público-privada , por ter sido lançado por governos como o de Thatcher, cujo objetivo era reduzir o peso do Estado na economia, pode ser olhado como:
- se a parceria correu bem e houve vantagem para os cidadãos, é um paradoxo para os teóricos da diminuição do peso de Estado, porque o bem público saiu beneficiado e  o Estado tem uma posição respeitada na execução do contrato de parceria;
- se a parceria não correu bem e a parte pública sofreu prejuízos, confirmou o objertivo do governo de reduzir o peso de Estado.

Enfim, vem o Tribunal de Contas com críticas, aliás fundadas, e recomendações, mas talvez o mal não esteja na ideia em si, mas na forma de a executar, que inviabiliza o benefício para a parte pública. Como lhe está associada a ideia de risco, e o risco tem de ser remunerado na ótica privada, e o risco está sempre associado a probabilidades, dificilmente a parte privada aceitará perder (engraçado, parece que a parte privada aceitou perder parte da dívida grega, mas irá aconar os seguros de crédito, isto é , os CDS - credit swap default, para afinal não perder nada; o problema é que o ganho de uns é o prejuízo da comunidade, como dizia Montaigne).

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

DN de 2011-11-16 . IV - Desconfiança de que é short-selling

Voltando ao tema das vendas a descoberto, tratado em
http://fcsseratostenes.blogspot.com/2011/11/vendas-descoberto.html

sucede com o humilde escriba deste blogue, relativamente aos jogos de bolsa, o mesmo que com o ex-ministro das Finanças que repôs a bolsa em funcionamento, Miguel Cadilhe.
Pura e simplesmente não jogava, contentando-se com uns certificados de aforro e, se a memória não me falha, com umas obrigações de Tesouro adormecidas até ao resgate.
Porém, considera o humilde escriba  a bolsa um interessante método de sondagem para avaliação de empresas.
Mas apenas um dos métodos, que deve fazer o mesmo que os jogos, servir de entretenimento, nunca de vício ou castigo para o jogador.

Isto a propósito da notícia do DN de 2011-11-16, que  o escriba reputa de particularmente interessante.
Funcionou um alarme da comissão do mercado de valores mobiliários (daqueles por software) de variações demasiado bruscas na cotação de ações de um dos 4 grandes bancos da nossa praça em sucessivas e massivas operações de compra e venda.
As ações do banco desceram a um valor mais baixo de sempre (estaria isto relacionado com a "recapitalização"? quem queria comprar soprou qualquer coisa a desmerecer nas ações?), depois subiram 12% (depois de compradas, basta propalar que afinal não havia razão para descrer, e já há um lucrozito para vender outra vez) e, finalmente . Foram transacionadas cerca de 220 milhões de ações, no valor unitário de 10 centimos. Cerca de  3% do capital do banco. Imposto sobre estas transações: zero.

Não põe o escriba de parte que alguem tenha lido neste blogue o texto do endereço acima, contendo a descrição das habilidades de Berlusconi para dar a ganhar a amigos uns dinheiros em vendas a descoberto na bolsa de Milão.
E tenha querido experimentar na bolsa de Lisboa.
Nunca se sabe.

Ah! É verdade, já me esquecia.
É outra notícia do dia.
O parlamento de Estrasburgo  aprovou um novo regulamento restritivo das vendas a descoberto e dos CDS. Para combater os ataques sobre as dívidas dos estados e a "volatilidade" e "instabilidade" dos "mercados".
Pena só começar a valer em novembro de 2012.
Mas, será que alguem vai passar um recibo a dizer: eu, investidor A, declaro que lucrei X euros em consequencia de combinações de jogos de bolsa não inteiramente compatíveis com a ética e os regulamentos, com o meu amigo corretor B a quem gratifiquei com Y euros ?
E depois não querem que os indignados de Wall Street, das Puertas del Sol e da catedral de S.Pedor e S.Paulo digam que o sistema financeiro está podre e que o presidente Obama diga que não foi eleito para fazer o jogo dos senhores de Wall Street (ai BCE, BCE...).



Nota - CDS (credit default swaps) ver o filme Inside job, ou
http://en.wikipedia.org/wiki/Credit_default_swap
São apólices de seguro que o investidor compra para cobrir o risco do emitente das obrigações não pagar a dívida. Por exemplo, por cada 100 que o investidor empresta (ou obrigações em que investiu) paga 3 de seguro à seguradora. Não parece muito sério que isto seja transacionável, pois não? especialmente quando os juros sobem, sobem, com a desculpa de que o devedor pode entrar em incumprimento; mas entretanto acabam por receber da seguradora, não é? exceto se a seguradora rebentar, como foi o caso da AIG aquando da falencia do Lehman Brothers. Os CDS são ótimos para vendas a descoberto e parece que foram mesmo dos principais responsáveis pela crise de 2008. Vamos estar até novembro de 2012 sugeitos a isto?
A regulamentação dos CDS é o objeto da medida nº3 das 22 medidas do manifesto dos economistas aterrados já falado em
http://fcsseratostenes.blogspot.com/2010/10/economicomio-lxii-as-22-medidas-dos.html
Nunca é tarde para se fazer o que a esquerda propõe.