quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O voo 8501 da Air Asia

É verdade que só depois da leitura das caixas negras poderá haver uma elevada probabilidade de conhecer as causas do acidente.
Porém, corre-se o risco do tempo passar e, como aconteceu no caso do avião da Air France, o voo AF447, quando o relatório foi divulgado não ficou completamente esclarecido, talvez por razões de pagamento pelas seguradoras, o papel de deficiencias do equipamento, nomeadamente do radar meteorológico do avião, das sondas de velocidade Pitot e do interface automatismo-pilotos em situação de emergencia.
É por isso importante que desde o principio a opinião pública, já sensibilizada para a necessidade de melhorar a comunicação em tempo real dos parametros de funcionamento do avião através de uma rede de satélites (exige investimento dos fabricantes nos aviões e dos governos na rede de satélites, uma vez que a experiencia já demonstrou que estas não são rentáveis) aguarde respostas a questões como:
- as sondas Pitot do avião acidentado eram do novo modelo recomendado pelo fabricante para substituir as primitivas ? estas dão informações erradas em condições de tempestade  aos automatismos, que em consequencia podem reduzir a potencia nos reatores levando à perda de sustentação (stall); segundo informação do controle indonésio, o avião virou à esquerda por não ser autorizado a subir para evitar a nuvem de tempestade e a velocidade reduziu-se de cerca de 800 km/npara 600 km/h (os valores retirados do radar não são fiáveis mas a hipótese é de perda de velocidade e de sustentação)
- a Airbus melhorou desde o acidente do AF447 as condições de interface automatismos-pilotos em caso de emergencia?
- o radar meteorológico do avião estava tecnologicamente atualizado?

Vamos ver se o relatório final , depois de achadas as caixas negras, esclarecerá estas questões.~

PS em 21 de janeiro de 2015 - A caixa negra com o gravador de vozes já foi ouvida e a caixa com o registo dos dados está a ser descodificada. Segundo  informações oficiais, o avião entrou em perda após uma subida brusca a velocidade superior ao normal. Da gravação das vozes se conclui que não houve ataque terrorista nem suicidio, pelo que se desconfia de falha humana ou deficiencia dos automatismos ou dos sensores de velocidade. Embora o assunto seja delicado por envolver as companhias de seguros, conviria que fosse tudo esclarecido, especialmente no caso de deficiencia técnica.
PS em 2 de fevereiro de 2015 - segundo a investigação aos dados das caixas negras, o comandante estaria tentando fazer o reset dos computadores FAC (flight augmentation computers, que controlam os atuadores hidráulicos sobre o leme de direção e limitam os movimentos bruscos) ligando-os e desligando-os. Parece que os FAC daquele avião já tinham dado avaria (procedimento incorreto da manutenção ao deixar o avião em serviço?). Confirmando-se esta impressão preliminar, terá sido um caso de avaria de computador e impossibilidade de retoma dos comandos manuais em segurança. Tal como no caso do avião da Air France, parecem insuficientes os esclarecimentos da Airbus e as medidas corretivas necessárias. A menos que se considere que, pela baixa probabilidade de ocorrencia, seja mais económico pagar as indemnizações do que corrigir o defeito em todos os aviões. 
Informação sobre os FAC:
http://www.dutchops.com/Portfolio_Marcel/Articles/Flight%20Controls/A320_Flight_Controls/A320_Primary_Flight_Controls.html

http://www.efbdesktop.com/flight-controls/sys-7.5.3.html

http://quizlet.com/4858580/a320-flight-controls-flash-cards/

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