O vendedor de bolinhas explica calmamente: este ano é diferente, só posso vender bolinhas, não posso vender pasteis de amendoa. É preciso uma licença para vender bolas de Berlim, que não é considerado bolo, e outra para vender pasteis e outros bolos. Ah, mas posso vender donuts, com a mesma massa das bolinhas. Mas a patroa só pagou licença para vender deste lado da praia. Do outro lado são outros colegas que vendem. E só há licenças para o conjunto dos 12 meses do ano, tivemos de pagar o ano todo.
Felicitações aos tributários que assim combatem a economia paralela e satisfazem o seu complexo de escrúpulo de regulamentar ao ínfimo pormenor (sintoma de provável insegurança com raízes em traumas de infancia), em vez de adotar critérios amigáveis de acordo mútuo por volume de vendas estimado. Os vendedores aceitam, precisamente porque o fator trabalho já foi tão desvalorizado que é a única maneira de ganhar algum dinheiro no verão.
E retiremos a lição, uma bola de Berlim não é um bolo.
Preocupante? Talvez, o surrealismo expandiu-se nos anos 30, imediatamente antes da segunda guerra mundial. Esperemos que sejam só coincidencias.
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