quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

O governo fadopolense desesperadamente à procura dum sitio para aterrar, ou porque não resolvem isso por referendo?



O governo de Fadópoles, entendido aqui no seu sentido lato, do país cuja capital é Fadópoles e não propriamente o governo da cidade, viu-se de repente, para grande desgosto do sinédrio que lhe dava suporte, sem dinheiro.
Os fadopolenses e os habitantes das restantes cidades do país tinham conseguido a proeza de desequilibrar todas as balanças de pagamentos do país, e galhardamente exportado quantidades inumeráveis de capital, muito mais do que tinham importado.
Perante a proximidade do abismo, a entidade supranacional em que o país estava integrado, o superducado da Borgonha do norte, forneceu o diferencial, como os teoremas de conservação postulam, calculando evidentemente uma margem de lucro através de juros em anos vindouros e de magnitude inspirada no mercador de Veneza de Shakespeare. E, sem advogada que salvasse o mercador (ver a peça para pormenores sobre a advogada, os seus processos e os seus interesses) , teve de mudar-se de sinédrio sustentáculo do governo. Ficou sem efeito o sitio onde o governo de Fadópoles, diligentemente, quisera pôr os aviões a aterrar para poder vender os terrenos onde eles antes aterravam, no aeroporto de Fadópoles propriamente dito, mas que já não tinha muito espaço para muitos mais aviões.
Governos vieram e governos foram, e arranjou-se maneira de ajudar a pagar a dívida com a importação de muitos, muitos turistas. Mas que vinham de avião.
E desesperadamente os governos sucessivos desataram a procurar um sitio para eles, aviões,  aterrarem. Quem não achasse bem era porque estava a prejudicar o desenvolvimento do país.
Os governos, não digo bem, porque sendo preguiçosos, puseram outros , por outorga de empréstimo contratual (de coisa, não de dinheiro), a procurar.
E espertos e sábios pela experiencia em muitos aeroportos por esse mundo fora, os outorgados escolheram uma pequena peninsula à beira rio, porque já lá estava uma pista militar e informaram que podiam pagar a construção.
Não era bem o que estava na outorga, que o que estava no contrato do empréstimo era coisa fina, para muitos aviões, e este sitio aqui não tinha muito espaço. Tambem não obrigava o outorgado a pagar, apenas a arranjar um bom contrato de financiamento.
Não importava, os aviões pesados que continuassem a aterrar no sítio antigo de Fadópoles. Não importava que passassem por cima de 4 hospitais, um deles psiquiátrico (schiu, não falem disto no superducado de Borgonha norte).

aproximação do aeroporto Humberto Delgado sobre os pavilhões da psiquiatria do Hospital Julio de Matos; considerar que o cota da segunda circular é superior à do hospital e que os aviões aterram o mais possível próximo do inicio da pista para não terem de sair pelo topo norte e atravessar a pista para o estacionamento por não existir taxiway do lado nascente


E logo se levantaram os governos das cidades ao sul de Fadópoles, que não podia ser, tantos aviões a passarem por cima das nossas cabeças, porque não ir para o sitio que 4 governos fadopolenses atrás (do país cuja capital é Fadópoles)  tinha escolhido? Diligenciou convencê-los o sinédrio que tutelava 4 desses governos, que obedientemente assentiram, enquanto os outros dois, tutelados por outro sinédrio, desobedientemente disseram não, antes o tal sítio. Problema para o governo do país cuja capital é Fadópoles, ficar preso por uns insignificantes vereadores de dois insignificantes governos de duas insignificantes cidades da margem sul que dispensam para os seus municipes o barulho e o cheiro das aeronaves a aterrar ou a levantar. ´
E logo decidiu o governo do país cuja capital é Fadópoles, vamos já mudar a lei que obriga a ouvir os insignificantes governos que significantemente se opõem ao desenvolvimento do país através da sua venda aos turistas e imobiliárias supranacioinais.
Mais se levantaram, contra, as associações de proteção e observação de aves na Natureza, o que levou até a entidade supranacional da Borgonha norte a questionar o governo de Fadópoles (o do país) a explicar se os melharucos iriam deixar de noivar nas costas da Borgonha.
Entretanto alguns técnicos fadopolenses que no estrangeiro tinham construido sitios para aviões aterrarem, atentaram melhor e propuseram outra solução imediatamente ao norte de Fadópoles. Era uma boa solução, até permitia utilizar para voos curtos o antigo aeroporto de Fadópoles, enquanto na nova vista podiam aterrar os aviões pesados, coisa que não era nada recomendável na solução dos outorgados e do sinédrio mandante, só que ... tinha de ser construido numa ilha do rio antes que ela desaparecesse no processo de assoreamento e desassoreamento estocásticos em curso. Além de que as associações de proteção e observação das aves na Natureza também não acharam bem.
Foi quando o mais destacado magistrado e jurista do país cuja capital é Fadópoles pediu um intervalo de tempo para meditação e para consultar os acordãos e os pareceres das experiencias alheias, já que, por exemplo,o grande país produtor e exportador vizinho a nascente do superducado da Borgonha do norte, andava a debater-se já havia uns anos largos precisamente com o mesmo problema, sítio para aviões aterrarem por os habitantes da sua capital não os quererem lá a fazer barulho e a deitar cheiro a gasolina de avião.
E foi então ...
que sucedeu, como diria o poeta da toada de Portalegre, o destacado magistrado ter conseguido convencer todos.
Para sair disto, vamos fazer referendos, referendos municipais e referendo nacional, devidamente previstos na lei fundamental e devidamente vinculativos se mais de metade dos recenseados e cumulativamente mais de 50% mostrarem a sua decisão.
Perguntas:
A - referendos municipais por local:
1 - sabendo que o outorgado só paga o sítio da península, aceita o sitio para aterrar e descolar na peninsula à beira rio?
2 - sabendo que o outorgado só paga o sítio da península,aceita o sitio para aterrar e descolar na ilha a norte de Fadópoles?
3 - sabendo que o outorgado só paga o sítio da península, aceita o sitio para aterrar e descolar que o 4ºgoverno anterior escolheu?
B - referendo nacional :  sabendo que o outorgado só paga o sítio da península,  por que ordem descendente prefere as 3 localizações e mais uma que ache de considerar?
Mas não se sabe se os referendos vão avançar, já há quem chame a Fadópoles a Nova Bizancio.

PS -   Curtos videos, de 2012, da aproximação sobre o Julio de Matos:

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2012/06/aeroporto-aeroporto.html

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2012/04/aeroportos.html

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