Plano ferroviário e novo aeroporto (mas na Polónia)
Julio Dantas escreveu uma peça cujas personagens são 3
cardeais nostálgicos. Chama-se "A ceia dos cardeais", e dela consta a frase “Como é diferente o amor em Portugal”.
Sem irmos aos fundamentos psicossociais que o justificará, é
consistente a hipótese de que não é só o amor que é diferente em Portugal.
Tome-se o caso do plano ferroviário, caseiro, como já lhe
chamaram, e fechado à ideia comunitária de integração na rede ferroviária única
europeia; e o novo aeroporto, de discussão arrastada e desgarrada da expansão
da ferrovia e da terceira travessia do Tejo.
E veja-se o plano ferroviário polaco e as perspetivas do
novo aeroporto de Varsóvia. 2000 km de novas linhas, novo aeroporto a 40 km do
centro de Varsóvia. Atualmente, o aeroporto principal , Frederic Chopin, está a
10 km e tem uma configuração semelhante à antiga do AHD, uma pista NW-SE de
2800m e uma N-S de 3700m; 19 milhões de passageiros em 2019. Existe ainda um aeroporto
low cost com uma pista de 2400 m, orientação W-E, e a 40 km do centro de
Varsóvia, Modlin, 3 milhões de passageiro em 2019.
https://railwaydirectiondays.com/#our-speakers
https://airport-world.com/new-airport-in-central-poland-a-step-closer-to-reality/
Não é de admirar. Há uns anos a companhia aérea polaca
passou por umas amarguras como as da TAP. Reduziram o seu volume de negócios.
Por cá aumentaram-no, surdos como de costume às vozes que pediam humildemente a
redução. Como há quem diga, “nós somos os melhores”.
Discordo completamente da submissão na Polónia do poder judicial
ao poder executivo, mas reconheço que do ponto de vista técnico deve trabalhar-se
assim, de acordo com o projeto do CPK, embora o projeto escusasse de ser tão
dispendioso. Votos de sucesso, se possível com economias e sem grandes atrasos
(previsão otimista: 2028).
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