segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Novembro de 2025. Continua o martírio da sinistralidade rodoviária

Sentidas condolencias aos familares dos jovens falecidos

 https://cnnportugal.iol.pt/acidente/lisboa/quatro-vitimas-mortais-em-despiste-automovel-em-lisboa-morreram-carbonizadas/20251130/692c0872d34e3caad84bde0d

https://www.publico.pt/2025/11/30/sociedade/noticia/menos-quatro-pessoas-morrem-carbonizadas-apos-despiste-carro-lisboa-2156570#

A comunicação social fez uma boa cobertura do acidente, supostamente na esperança de que alertando a população para comportamentos de risco se adote uma condução mais segura. Neste triste caso, o condutor terá perdido o controle do automóvel ao embater no separador que da avenida das Forças Armadas, sentido para Sete Rios, dá acesso ao eixo Norte Sul para norte. Na sequencia o automóvel seguiu em frente e saiu da via na curva para a direita embatendo no pilar do acesso imediatamente adjacente à via que dá acesso ao eixoo Norte-Sul no sentido da ponte 25 de abril. Nem a curva nem o pilar tinham proteção contra embates, apesar deste troço ter limitação a 40 km/h, o que é inadmissível.



é inadmissível a inexistência de rails de segurança na berma e de proteção contra colisões no pilar dada a proximidade da via


trajetória sem controle desde o separador do desvio até à colisão com o pilar (sobre imagem Google Earth)


 

As estatísticas continuam a situar Portugal nos piores lugares na sinistralidade rodoviária. É urgente tomar medidas para o evitar. A diminuição do número de vítimas mortais relativamente aos anos anteriores não é tranquilizante.

Não está em causa a competencia dos técnicos da ANSR. Mas a nível geral desenvolveu-se uma cultura de facilitismo, permissividade e de incapacidade de planear e executar as medidas necessárias. As campanhas de prevenção passam ignoradas ou desvalorizadas. Não se dá a devida importancia á sinistralidade, não se privilegiam as medidas de prevenção, não se divulgam os resultados dos inquéritos aos acidentes nem os registos dos tratamentos hospitalares às vítimas de acidentes com os veículos de duas rodas ou de atropelamentos. São as próprias instituições que prevaricam, como mostrou o secretário de Estado da Administração interna quando em dezembro de 2018 proibiu a PSP de multar ciclistas ou utilizadores de trotinetas sem capacete de segurança e mandou cortar uma alínea do Código da Estrada que implicava a sua obrigatoriedade. Não é visível em Lisboa a fiscalização do cumprimento das regras do Código para além dos radares de velocidade, quando qualquer volta de automóvel pela cidade permite testemunhar inúmeras contravenções. Criou-se a falsa ideia de que o direito à mobilidade e à liberdade de circulação é o direito de utilizar a estrada ou a rua sem condições de segurança para o outro. 

Entre as principais causas avulta o excesso de velocidade e o incumprimento da sinalização rodoviária.

É urgente desencadear uma campanha publicitária, permanente e de exibição obrigatória em todos os canais de TV, de prevenção da sinistralidade rodoviária, mostrando os comportamentos positivos de mitigação dos riscos (mostrar imagens de desastres fatais apenas suscita pena e o pensamento de que só acontece aos outros, enquanto as imagens de comportamentos positivos acaba por suscitar, por imitação, a sua reprodução) e divulgando de forma simples a evolução das vítimas mortais (preferencialmente a estatística a 30 dias e não a 24 horas, estimando um fator de cerca de 1,3 entre os respetivos números). É urgente melhorar a fiscalização com unidades móveis.


Ver também:

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2025/01/pequena-amostragem-em-2-de-janeiro-de.html

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2024/05/o-momento-da-seguranca-rodoviaria.html

relatórios e estatísticas da ANSR (ver no separador "Estatísticas")

http://www.ansr.pt/Legislacao/CodigoDaEstrada/Pages/default.aspx


Sem comentários:

Enviar um comentário