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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A conferencia de imprensa dos impostos enormes do senhor ministro da voz pausada Vitor Gaspar

Voltando ao tema, depois da conferencia de imprensa do senhor ministro das finanças em 3 de Outubro de 2012 e depois do desalento de ver o esforço recair principalmente sobre o aumento dos impostos de quem trabalha e de ver a determinação do governo em paralisar os investimentos e, consequentemente, em estimular o desemprego (curiosamente, a constituição da republica portuguesa diz explicitamente, isto é, sem deixar qualquer margem para duvidas de interpretação, que o governo deve promver politicas de pleno emprego), venho recordar propostas de combate ao desemprego já antigas neste blogue: o “kurzarbeit” (possibilidade de redução do numero de horas de trabalho semanais com compensação em formação com fundos QREN) e os projetos de infrasestruturas comparticipadas pelo QREN:

Diz o senhor ministro da voz pausada que está a analisar com os parceiros sociais propostas específicas de combate ao desemprego. Acredito, mas os parceiros sociais também se deviam abrir mais à participação dos cidadãos. Isto devia ser mais falado, em termos concretos e com divulgação de cálculos fundamentadores.
E se, finalmente, se convenceu, o senhor ministro da voz pausada, que não é pecado taxar as transações financeiras (refiro-me à taxação das transações, não me refiro à taxação das mais valias em bolsa), embora considere ser preciso consultar os sacerdotes da comissão do índex para obter uma autorização de legislação (engraçado: quando se trata de violar um contrato feito com os seus funcionários, a entidade que o senhor ministro da voz pausada representa pode cortar salários; quando se trata de alterar as regras de uma transação, vai ajuizadamente pedir uma autorização para legislação; que bonito de se ver), ao menos veja se dá mais atenção a quem há dois anos e meio  vem falando disso:

Não descobri nada de novo, há dois anos e meio. Limitei-me a ler as secções de atualidade financeira de jornais diários.
Eu sei que o senhor ministro da voz pausada é muito competente tecnicamente  (“tecnicamente” aqui refere-se apenas à capacidade de trabalho em contabilidade, porque paralisar investimentos não me parece poder classificar-se dessa forma dum ponto de vista mais abrangente, para mais com uma comparticipação do QREN que pode chegar a 95%), mas dois anos e meio para descobrir uma coisa que qualquer cidadão já tinha visto não é tempo demais?

Sinceramente parece-me que sim, que é tempo demais; que não denota o regular funcionamento duma instituição como um ministério das finanças, se é que constitucionalmente me estou a fazer entender.

PS em 5 de outubro de 2012 - O senhor professor Augusto Mateus comentou o discurso do senhr ministro Vitor Gaspar elogiando a redução do défice público mas criticando vigorosamente a ausencia de uma estratégia económica do atual governo, nomeadamente com o não aproveitamento dos fundos QREN. E afirmou que a chave é o investimento privado.
Penso que é uma proposta semelhante ao guizo no pescoço do gato. Estamos todos de acordo, mas quem investe, já que o Estado está proibido pela ideologia dominante, em Bruxelas e em Lisboa?
Retomo as fórmulas do PIB em
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2012/06/um-pouco-de-teoria-economica-o-pib-e.html

investimento privado = poupanças privadas + poupanças do Estado + importações - exportações

Estando as poupanças do Estado pelas ruas da amargura (queda de receitas, impostos descontrolados, perda de dividendos) e não convindo que sejam positivas as importações líquidas (importações - exportações), resta às poupanças privadas avançarem.
Talvez, se os seus detentores concordarem em as retirar de onde as têm, agora que já se fala na troca de títulos de empréstimos ou no pagamento de dívidas com títulos.
Ou então, lá está, fazer os investimentos à custa de importações (o problema, para alem  de haver poucos interessados, é que quando uma empresa estrangeira investe em Portugal, o que ela vende conta para o PIB português, mas como tem de exportar os lucros, o produto nacional bruto acaba por ficar mais pequeno do que o produto interno bruto; isto sem falar que provavelmente o investidor estrangeiro vai privilegiar fatores de produção externos).
Penso que podia ser aqui outro campo de aplicação de fundos QREN.
Esta discussão será interessante se se apresentarem propostas concretas (o senhor ministro da economia, verdade seja dita, até o tem feito por vezes, com insucessos pelo meio, como a desistencia das minas de Moncorvo, da fábrica de baterias de tração, do regadio do Alqueva, etc, etc).
E se se analisarem com cuidado os fluxos dos fatores de produção (isto é, quanto do material necessário para produzir um determinado bem em Portugal é importado, e quanto se tem de exportar com os lucros?).
Por tudo isto, continuo a estranhar que o senhor ministro das finanças e os senhores comentadores não abordem com decisão o tema da dívida externa privada (bancos e empresas) e não esclareçam a composição da dívida privada por tipo de utilização e a sua evolução trimestral.





quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Incompetentes que estão a dar cabo do meu País

O governo anterior era incompetente pelas imprecisões financeiras e por permitir o usufruto dos dinheiros publicos por oportunistas, mas ao menos sabia o valor dos investimentos como fator multiplicador económico.
O trabalho da AICEP foi válido.
Este governo paralisa os investimentos, suspende o QREN e reativa-o deixando de fora investimentos razoáveis.
Parece gostar de desfazer o que o governo anterior tinha feito na área tecnológica.
São, como disse Gabriela Canavilhas, uma turma de contabilidade prática aos comandos de uma economia frágil com soluços erráticos, sem o mínimo exigivel de cultura geral e de conhecimento da realidade da industria e da produção.
Compete a quem teve experiencia profissional e formação técnica denunciar o triste facto.
É o objetivo deste post, relacionando os investimentos anteriormente inscritos no QREN e que este governo não soube dinamizar (ignorando as valias para a redução da fatura energética de importação de combustiveis fósseis), embora servissem empresas privadas, de forma direta ou indireta:
1 - o tunel do Marão
2 -  a fábrica de paineis solares fotovoltaicos de Abrantes
3 - o turismo do Alqueva
4 - a exploração das minas de ferro de Torre de Moncorvo
5 - a fábrica de baterias da Nissan em Aveiro
6 - motores e chapa para os asfalteiros venezuelanos
7 -  a fábrica de eólicas da Enercon em Viana do Castelo


Compreende-se o objetivo do senhor ministro das finanças: paralisar para conter despesas publicas.
Mas onde terá aprendido que estamos no ponto da curva dos rendimentos decrescentes em que se pode paralisar investimentos porque não dão retorno? Ao menos apresentasse a sua demonstração publica.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Economicómio X – os 28 magníficos

Economicómio X – os 28 magníficos

A mensagem atroa os ares porque as vozes são estentóricas. Quase todos já passaram pelo Prós e Contras e já fizeram um riso amarelo quando a apresentadora lhes diz: mas o ano passado vieram cá e as soluções que propuseram não funcionaram (não são bem estas as palavras, mas também eles depois desculpam-se que nem o povo nem o governo fizeram nada do que eles disseram, mas fizeram ,pelo menos o governo, as coisas que eram concretas, e as abstractas, não, claro, porque eram abstractas).
Por exemplo: o manifesto começa por dizer (e bem, claro, que a competência técnica não está em causa) que a média anual da taxa potencial de crescimento da economia caiu de 3% para 1% ainda antes da crise internacional. A proposta para contrariar isto é reavaliar, com o concurso dos especialistas (lá está, é uma boa solução, mas como e quem vai atar o guizo no pescoço do gato?). É capaz de ser um pouco abstracto...Depois desatam a desancar os investimentos públicos e a propor reavaliações dos ditos e dos PPPs . Noto uma desilusão quando falam em PPPs, será que, parafraseando Sarkozy (este não é o capitalismo que desejávamos) estes não são os PPPs que queríamos? Desancam especialmente os transportes, o que me leva a parafrasear Pancho Guedes (os políticos não percebem nada de cidades) os políticos não percebem nada de transportes.
Reavaliações são o pensamento português no seu melhor: “O que era bom era…” (lembram-se de Armando Cortês, há muitos, muitos anos, num programa de fim de ano em que uma colectividadezinha rural de cultura e recreio organizava uma festa. Em todas as reuniões preparatórias o Armando Cortês interrompia as discussões das pessoas importantes e repisava: “O que era bom era que a televisão transmitisse”.
Vá, estudem o Armando Cortês, ele era profundo nas caricaturas que fazia…
Mas como sou eu que não percebo nada de economia, tenho de me contentar em fazer uma reflexão sobre um defeito que me ficou da infância: uma vez dita ou combinada uma coisa, as pessoas que a apoiaram ou que a contrariaram ou que se estiveram nas tintas ficam retidas na minha memória. É um defeito, eu sei, será uma zona de neurónios do meu cérebro que se distorceu no período de formação, mas é um facto.
E do que eu me lembro é, no tempo em que a crise internacional ainda não falava nem tinha sido anunciada pelos senhores economistas sábios, um deputado da Nação foi repreendido pelo ministro das Finanças sobranceiramente nestes termos: “Senhor deputado, tenha termos, não chame criminosos aos banqueiros”. Não consta que o ministro tenha pedido desculpa ao deputado, nem os banqueiros pediram (os banqueiros de que se falava, claro).
Eu lembrei-me desta porque o Ministério Público acusou ontem de burla uns senhores gestores de um banco muito conhecido, por criarem 17 contas “off-shore” para manipularem as cotações da Bolsa.
Senhores economistas. Eu agradecia que na altura tivessem dado uma ajuda.
Agora…
Mas enfim, vou seguir a vossa recomendação e entrarei em http://www.reavaliarinvpublicos.com/
A ver se depois digo alguma coisa. Assim como assim, pode ser que me considerem especialista de alguma coisa. Há sempre uma especialidade desconhecida em cada português. É por isso que o problema é principalmente de organização. Como dizia o outro, deixem trabalhar os portugueses (já viram isto, eu a inspirar-me no Adam Smith...).