sábado, 24 de setembro de 2016

1906, na Ilustração Portugueza (e no Courrier Internacional)

A revista Courrier Internacional, que todos os meses encontra temas de grande interesse, dedicou o número de setembro de 2016 à Ilustração Portugueza de 1906 com a previsão dos transportes em Lisboa para o ano 2000, graças à Hemeroteca Digital de Lisboa:


https://www.facebook.com/162946937071413/photos/a.170258183006955.34544.162946937071413/1241043159261780/?type=3&theater


https://www.facebook.com/162946937071413/photos/a.1252420208124075.1073741836.162946937071413/1252420264790736/?type=3&theater

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1906/N5/N5_master/N5.pdf

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1906/N6/N6_master/N6.pdf

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1906/N7/N7_item1/P29.html
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1906/N7/N7_item1/P30.html
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1906/N7/N7_item1/P31.html
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1906/N7/N7_item1/P32.html

Tiro o chapéu ao autor, José Maria Melo de Matos, que em 3 artigos propôs soluções urbanísticas e de transportes para a cidade de Lisboa.
Prefiro escrever assim, em vez de lhe chamar ficção científica. Em 1906 viviam-se as sequelas da bancarrota de 1892, mas isso não impedia o nascimento da CUF, da central térmica do Tejo, da Carris, da encomenda do primeiro submarino português...
Ao derrotismo e bloqueio sistemático dos utilizadores do argumento "não há dinheiro" (na altura lá se foram equilibrando as finanças e os investimentos com o imposto do tabaco, subscrições públicas, algumas concessões e parcerias público-privadas e, claro, a manutenção das carências na saúde e educação públicas), alguns visionários opuseram propostas concretas.
Saliento o papel essencial da eletricidade, a linha de metropolitano da tecnologia que depois vingaria em Wupertall (carruagens suspensas), de Alcântara a Cabo Ruivo, o túnel de metropolitano sob o Tejo para o Seixal, a transmissão de imagem nos negócios, navios de tração híbrida (vapor-eletricidade).

Comparando as previsões com a triste realidade atual, condicionada pelas dificuldades financeiras e em que se assiste à degradação dos sistemas de transportes, à debilidade de planeamento de novas redes e linhas, à incapacidade de debater e concretizar novos projetos para candidatura aos fundos europeus (precisamente para cumprir os objetivos europeus de redução de emissões de gases com efeito de estufa e melhoria da eficiência energética nos transportes), à insistência coletiva em privilegiar o transporte individual e desprezar a componente transportes no urbanismo, penso que este texto deveria ser de leitura obrigatória para quem trabalha nas instituições e empresas de trasnportes.

Sem comentários:

Enviar um comentário