Com a devida vénia ao DV e a Pedro Marques Lopes:
“Sim, eles comem a nossa comida e respiram o nosso ar e
esperam que nós o mantenhamos puro e saudável; eles exigem que sejamos educados
para que trabalhemos para eles, e para esse propósito esperam que paguemos um
bom sistema de educação pública. Eles também contam que vejamos os filmes
deles, que compremos os seus produtos, que usemos os seus softwares. (...) Mas
essas celebridades e empresários preferem nada fazer para que tudo isso exista.
Deixam esse encargo para nós."
Frank Thomas, a propósito dos Paradise Papers, numa crónica no The Guardian
O autor citado e o comentador do DN não são, como aliás confessado,
revolucionários, apesar da escrita bem caraterizada, e acreditam honestamente que se pode viver numa democracia com
leis perante as quais todos são iguais. É citado ainda o livro de um
ex-secretário de Estado de Bill Clinton “Salvar o Capitalismo para todos e não
só para alguns". A mim
parece-me uma utopia, deixando o mercado livre, por mais regulações que se imaginem
(de que serve regular se o regulado é mais forte ou mais esperto?), os mais
fortes serão cada vez mais fortes (lei de Fermat-Weber) e os mais pobres cada
vez mais pobres, quer sejam pessoas, quer sejam países. Nunca mais se cumpre o
objetivo da revolução francesa, liberdade,
igualdade, fraternidade, como um todo, não em partes soltas.
Será difícil, enquanto houver
trincheiras, uns numas e outros noutras, cada
grupo cioso das suas certezas, partilhando
apenas a prática da agressão e do desprezo.
Convergencia precisa-se, conforme o caso
(não há leis de aplicação universal...)
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