segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Aproveitando a espuma dos dias, como se diz agora das atualidades

1 - a mudança da hora - Deixei passar o período de consulta pública promovida pela comissária Violeta Bulc sobre a mudança da hora e não pensei dar-lhe muita importancia, apesar de discordar da intervenção que o senhor diretor do Observatorio Astronómico de Lisboa fez, afirmando que via vantagens em haver uma hora de inverno e outra de verão. Isto parece-me que contraria o resultado da consulta e a orientação comunitária de náo haver confusões de diferenças horárias entre países, que deverão ser fixas ao longo do ano  (parece óbvio, mesmo para comunicações entre familiares, evitar ter de se pensar se a diferença de horas é x ou x+1, dependendo da altura do ano ).
Mas eis que sorridente vem o senhor primeiro ministro dizer que a ciencia náo quer mudar o regime de mudança da hora. Porque foi o que o senhor diretor do instituto astronómico disse. Salvo melhor opinião, ciencia não é magister dixit. Ciencia é submeter um trabalho com recolha e tratamento de dados aos pares do seu autor. Chama-se referendo. É natural que por formação académica e por prática político-partidária o senhor primeiro ministro ignore isto. A argumentação do senhor diretor do instituto astronómico parece-me insuficiente contra o regime duma hora unica referida ao fuso horário. Mas não é das coisas mais importantes, tirando o facto de revelar a inconsistencia cientifica do senhor primeiro ministro.



2 - as armas de Tancos - está a maioria dos senhores comentadores muito escandalizada com a PJMilitar. Ignorarão ou não quererão que se apliquem os principios de qualidade: deve haver uma estrutura em que o comportamento de um orgão seja avaliado por outro orgão, sendo que não deverão depender de uma mesma hierarquia. Por isso, nada a objetar que haja uma PJ e uma PJM, têm é de saber conviver. Mas o que me leva a escrever, aproveitando para dar valor a quem cumpre missões arriscadas, é a afirmação jurada do major da PJM que deu conhecimento ao senhor ministro através do seu chefe de gabinete das condições de recuperação das armas. O que parece natural, dada a prática militar, embora aos senhores da PJ agrade mais discutir rivalidades (é isso, deviam ler manuais de qualidade e de como se relacionam estruturas hierarquicamente independentes mas que devem monitorizar-se reciprocamente, não degladiarem-se).
E estabelecendo um paralelo, guardadas as devidas distancias, eu diria que tambem eu dei conhecimento através da senhora sua chefe de gabinete, e através de mensagens de email e de documentação entregue na secretaria de Estado do ministério do Ambiente das razões técnicas que recomendam a não construção da linha circular do metropolitano de Lisboa.
Assim fui ignorado de forma olímpicamente de acordo com o conceito hubris (auto-valorização excessiva) da Grécia clássica,


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