"Encarrega-me a Senhora Presidente da Câmara de acusar recepção do mail enviado o qual mereceu a nossa melhor atenção.
Relativamente ao assunto registamos a sua opinião.
Com os meus cumprimentos, "
Evidentemente que o registo da minha discordancia , evocando o exemplo com um final feliz do depósito de água de Tavira, cuja destruição foi impedida pelos tavirenses, o exemplo do respeito pelo património industrial no Ruhr e na própria EDP na sua central Tejo, a excelente dissertação de Helga Carina Santos Matos de 2015, mas também o exemplo negativo da destruição dispensável do viaduto das Presas, no Tua, de nada serve perante o argumento financeiro de uma manutenção cara (apesar do turismo arqueológico industrial gerar receitas) e perante a realidade de que as chaminés já não existem.
Email que tinha enviado:
Mas continua a ser possível exprimir uma opinião, e deu-se o caso de, ao observar um episódio de uma série televisiva sobre a vida dura dos refugiados, cuja ação se desenrola em Dublin, ter dado com os olhos nas duas chaminés de Setubal, perdão de Dublin.
O departamento de planeamento do Conselho de Dublin incluiu em 2014 a central Poolbeg Generation Station na lista de estruturas protegidas. As chaminés foram entendidas como um emblema daquela região da cidade e os guias turísticos explicam como podem ser vistas de perto.
Claro que a central de Setubal não pode comparar-se à central Tejo, mas era património industrial e podia comparar-se com a central de Dublin.
Perderam-se, tal como se perdeu, ao privatizar a EDP, empresa estratégica, a capacidade de decidir o destino de uma estrutura patrimonial. Embora duvide que sob gestão pública, conhecidas as relações entre os governos e os nomeados para funções de administração, o destino das chaminés tivesse sido melhor.
Mas é um caso exemplar. Não esperava que a câmara de Setubal não tivesse levantado um dedo contra a destruição. Ao menos podia ter promovido um referendo municipal.
https://en.wikipedia.org/wiki/Poolbeg_Generating_Station
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