quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Numa cidade virada ao sol ...

 Naquela cidade virada ao sol, num país distante, havia duas empresas de transporte, uma a Formimet e outra a Cigacarr.

A cidade não era muito grande, e as duas empresas também não, mas a população tinha-se estendido pelas imediações e assim as duas empresas, e todas as outras que entretanto tinham sido criadas na envolvente, não conseguiam transportar com comodidade e regularidade os que dela precisavam.

Dera-se o caso dos grandes bancos internacionais terem contido, durante um largo período de tempo, as taxas de juro. Em vez de aproveitar o facto para aplicar o dinheiro em estruturas de transporte ferroviário, com grande capacidade de transporte, os governantes acharam melhor e mais económico encher a cidade e as vias rápidas que lhe davam acesso de pequenos carrinhos em que os cidadãos se deslocavam congestionando as ruas da cidade e as vias de acesso. Viviam em paz com a sua consciencia, os governantes, porque cada carrinho pagava o seu imposto, consumia combustível que as companhias estrangeiras forneciam e muita gente tinha trabalho para manter tudo a funcionar. 

Porém, nunca se pode estar descansado, e ocorreram, inesperadamente, acontecimentos terríveis. Primeiro, os grandes bancos internacionais cansaram-se do nível das taxas de juro e acharam importante subi-las, para verem como o planeta reagia. Não reagiu bem, a nossa cidadezinha. E para compensar a subida das taxas de juro, foram-se cortando tudo o que se parecesse com investimentos e gastos públicos, da saúde à educação, dos transportes à energia.

Depois, apesar de todas as limitações impostas pela reação à subida das taxas de juro, o número de carrinhos cresceu de tal forma, propagando-se como onda a rebentar na praia, que tornou a cidade feia, com os carrinhos por todo o lado, parados ou em movimento, infiltrando-se no tecido urbano, enquanto surgiam novos elementos móveis que, juntamente com os carrinhos, infernizaram a vida dos pobres cidadãos e cidadãs que se movimentavam nos passeios, agora partilhados com os novos elementos móveis. Os hospitais, já de si limitados pela furia de compensação das taxas de juro elevadas,  ficaram assoberbados com tantos braços e pernas partidos que obrigavam a adiar outros tratamentos importantes. E claro que nem pensar em gastar dinheiro público nos investimentos para uma nova ferrovia, quer para o serviço da cidade, quer para a sua envolvente, quer até para viabilizàr comboios de mercadorias para vender alguma coisa  no estrangeiro longínquo que amenizasse as contas.

O conselho de ansiãos da cidade, que até então não era ouvido pelos cidadãos e cidadãs, viu finalmente aprovadas pelos deputados as suas sugestões. Foi rapidamente enviado um pedido aos paises estrangeiros longínquos para fornecimento de assistencia técnica para elboração dos planos desenvolviemnto das redes de transporte ede assitencia financeira para a sua implementação.

Sem comentários:

Enviar um comentário