Enterneceu-me a notícia de que alguém em órgão autárquico
tinha optado por não cortar as ervas nos passeios, porque as flores atraíam as
abelhas e contribuíam assim para a polinização.
Mas depois observei as plantinhas. De facto as
inflorescencias amarelas abundam nos passeios do meu bairro. Mas não vi
abelhas. Fui à avenida de onde costumava avistar umas colmeias encostadas a uma
pequena encosta duma zona verde. Mas não as vi.
Onde andam as abelhas? Terão sido vítimas das vespas
asiáticas? dos pesticidas? das radiações hertzianas dos telemóveis? Terão sido levadas as colmeias pelos apicultores para sítio mais
seguro?
Não se justifica assim manter as florinhas silvestres nos
passeios, contrariando o que membro da autarquia tinha afirmado como desculpa
para poupar o trabalho e o custo do corte das ervas.
Detenho-me a pôr a hipótese.
Porque disse ele aquilo?
Talvez porque só pensou nas flores se tudo o resto estivesse
como de costume. Isto é, cetera paribus.
Mas não, as coisas não estavam como normalmente porque não
havia abelhas (independentemente de não haver abelhas ser consequência da
análise, discussão e observação do problema, ou de outras causas).
Mas houve evolução, a câmara de Lisboa, ou as juntas de freguesia, decidiram afinal limpar os passeios. Estão desatualizadas as fotografias.
E mais importante do que isso, nasceu a polli.Net , uma iniciativa de ciência-cidadã para investigar a função de polinização e os polinizadores, abelhas ou não: https://www.publico.pt/2021/06/10/ciencia/noticia/nasceu-rede-impulsionar-conservacao-polinizadores-portugal-1965801
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