sábado, 18 de junho de 2016

O Parque Cine da Figueira da Foz e a globalização

O Parque Cine foi um cinema-teatro na Figueira da Foz:
http://arquivoartigospalhetas.blogspot.pt/2011/10/parque-cine-da-figueira-da-foz_08.html

Tenho de o recordar com nostalgia por lá ter visto os filmes da minha infancia e adolescencia, por no seu lugar estar agora um horrível batoque típico da também horrível arquitetura dos anos 80 (fins) e por ter comido pevides e camarinhas que comprávamos às senhoras dos arredores que vendiam pasteis em baús na praia de manhã e depois à tarde se sentavam nas escadarias de acesso com sacos de coisas boas para vender aos espetadores das matinés tardias.

Lembrei-me porque comprei um pacote de pevides no supermercado. De abóbora, claro, torradas como as outras mas já descascadas, que descascá-las era tarefa nossa, nas cadeiras do Parque Cine.
E então reparei na etiqueta da embalagem, com o código português 560 de produtor final, mas com indicação de origem: China.

Importamos sementes de abóbora, rica em fibra e em componentes saudáveis para as vias urrináriias, da China, enquanto displicentemente deitamos para o lixo as pevides nascidas e criadas nos campos portugueses.

Dirão que é a globalização, que é mais barato importar (mais barato quando a balança de pgamentos alimentar é negativa? e a geral para lá caminha?) e eu direi que globalização não é boa nem é má, que os seus resultados dependem do uso que se lhe dá.
Que bom que seria se se aproveitasse a globalização (e a união à Europa) para importarmos os procedimentos e os normativos de organização correta da produção e dos métodos de tomada de decisão.
Mas não, nós, portugueses, somos assim, achamos que nãoprecisamos dos procedimentos e normativos, que sabemos o que devemos fazer, e que é melhor importar sementes de abóbora, embora nada impeça as abóboras de crescer em Portugal.

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