Dentre as fotografias do cartaz comemorativo, destaco esta. Uma automotora (ML7) sendo descarregada no cais de Alcantara. O material circulante foi encomendado atempadamente. O prazo de entrega foi bom porque o projeto já tinha uns anos. Entretanto as obras atrasaram-se e o fabricante perguntou se o metro queria adiar a entrega. Que não, respondeu assertivamente o administrador delegado, um aristocrata ligado ao regime e com os tiques autoritários da época (infelizmente de todas as épocas), que o contrato era para cumprir (desconfiem, quando ouvirem esta frase tão rígida). E as automotoras foram escrupulosamente descarregadas nos prazos contratuais. E seguiram para um armazem, em reboques por via rodoviária, com os inerentes custos de armazenamento até poderem ser levadas para o parque de Sete Rios, tambem em camiões, desprezando a via algaliada (bitola do metro: 1435mm, bitola da CP 1668mm) que ligava o parque à linha da cintura da CP. Desconfiem, quando propagandearem como solução universal as vias de 3 carris.
Desconfiem também dos decisores assertivos, que dizem que a deles é a melhor opção. Outra decisão histórica do aristocrata autoritário foi a de impor a máxima distancia entre as estações da nova rede do metro e as estações existentes da CP. O engenheiro Guimarães Lobato, um digno técnico, https://gulbenkian.pt/arquivo-digital-jardim/biografias/luis-maria-nolasco-guimaraes-lobato/ não teve paciencia para aturar tais disparates e saiu.
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