Terminal do Barreiro - Comentários
Não parecem significativas as diferenças da revisão 2 (jun2017) para a rev.3 atual (dez2018), pelo que se comenta:
Não parecem significativas as diferenças da revisão 2 (jun2017) para a rev.3 atual (dez2018), pelo que se comenta:
1 - A justificação apresentada parece insuficiente por ausência
de comparação do impacto económico e da perda de competitividade externa com as
alternativas:
- porto de águas profundas na Cova do Vapor/Golada (não
confundir com Trafaria, cuja contestação foi utilizada para inviabilizar o
porto de águas profundas na foz do Tejo; aliás. será inevitável intervir na
zona para fecho da Golada contra o
desassoreamento da Caparica e o assoreamento da barra do Tejo, e para
instalação de um terminal de líquidos)
- ampliação com estacaria do terminal de Sta Apolónia,
receando-se que o objetivo da sua transferência para o Barreiro seja o
imobiliário Sta Apolónia- Matinha
- melhoria da barra e desenvolvimento do porto de Setubal
2 - é exagerada a previsão para o navio de projeto: a sonda
disponível (ver carta náutica em anexo) no canal de aproximação é de 6 a 7m e
na zona de manobra é 0 (comprimento do navio 350m), o que para um calado
desejável de 14 m (!) obriga a dragagens profundas ; existe colisão com a rota
do barco do Montijo que terá de se deslocar para onde existem hoje baixios
(obrigando a dragagens não pagas pelo concessionário do terminal)
3 - segundo estudo do LNEC, os valores indicados para as
dragagens anuais são otimistas, o que justifica a recomendação de se realizarem
já experiencias de determinação de taxas de assoreamento tanto quanto possível
próximas das condições reais; as dragagens anuais poderão atingir 3 milhões de m3? igualmente se receia que os custos estimados para
as dragagens sejam otimistas (2€/m3, quando poderá ser 5€/m3); a localização do
terminal do Barreiro é desfavorável do ponto de vista do assoreamento dada a
sua exposição aos ventos dominantes N e SW, pelo que se consideram otimistas os
valores apresentados, tanto mais que os custos de dragagens deverão ser
assumidos pelo concessionário; recomenda-se a sobreposição da carta náutica ao
projeto do porto para avaliar bem as necessidades de dragagens
4 - enquanto terminal de contentores de volume significativo
para navios de 8000 TEU o terminal do Barreiro não parece, pelo exposto, ser
uma boa solução; no entanto, a sua valência como porto fluvial, de ligação a
portos fluviais a montante, como receção de transhipment e como terminal
ferroviário com ligação a Setubal e Poceirão é importante, sendo desejável para
navios de menor calado, mantendo-se os terminais de Alcântara e Santa Apolónia
e preparando-se o fecho da Golada e um futuro porto de águas profundas na Cova
do Vapor-Bugio.
5 – Insiste-se e reforça-se
a recomendação de realização de ensaios para determinação experimental da taxa
de assoreamento
Fernando Santos e Silva
rev.2 junho de 2017 |
rev.3 dezembro de 2018 |
Sem comentários:
Enviar um comentário