Apesar da pormenorizada legislação de defesa do direito à mobilidade das pessoas com mobilidade condicionada e da elegância com que descreve soluções (DLs 163/2006, 136/2014 e 125/2017), verifica-se a deficiente manutenção dos elevadores em estações de metro e da IP e a ausência de meios mecânicos ou de rampas de acesso em estações, algumas das quais de tráfego elevado.
A precipitação excecional de 17dez2022 provocou avarias , por insuficiente proteção, nas casas das máquinas dos elevadores das estações de Entrecampos da IP e do metro, e de Sete Rios da IP, que se mantêm mais de um mês depois, como se pode verificar localmente e pela consulta do estado dos elevadores no site do metro. Serão exemplos da pouca consideração que as instancias decisoras têm para com os direito das pessoas com mobilidade condicionada, invocando-se a carencia de meios financeiros. Salvo melhor opinião, a solução passaria pelo retorno da responsabilidade pela manutenção a orgãos técnicos do metro e não o recurso ao "outsourcing".
https://fcsseratostenes.blogspot.com/2023/02/noticias-do-metropolitano-em-fevereiro.html
Considerando as dificuldades financeiras do país, a própria legislação europeia prevê a possibilidade de ajuda, como aliás o PRR veio mostrar.
Infelizmente também já se verificou a dificuldade de monitorização da justeza das candidaturas e da monitorização da aplicação das verbas. No fundo, é um exemplo da dificuldade de organização e coordenação de ações concretas e eficientes num contexto em que desde há muitos anos predominam os critérios político-partidários nas estruturas e nas decisões.
A propósito do orçamento de Estado para 2020 fiz algumas propostas para instalação de elevadores nas estações de Jardim Zoológico, Entrecampos e Campo Grande, conforme se pode ver em https://fcsseratostenes.blogspot.com/2020/06/considerando-que-os-mapas-de-despesa-do.html
Apenas se instalaram, entretanto, elevadores em Entrecampos, sendo que é o elevador superfície-átrio zona não paga que se mantem avariado, conforme mostra o site do metro.
Sendo o PRR uma oportunidade para o metro deixar de incumprir a legislação nacional e comunitária sobre a acessibilidade, deixo a sugestão que qualquer gestor de equipamentos daria perante um índice de fiabilidade tão baixo, para além da melhoria dos processos de aquisição e de manutenção: sem prejuízo do cumprimento dos objetivos funcionais, redução do número de equipamentos: 1- em vez da existencia de 2 elevadores cais-átrio zona paga, mais um elevador superfície-átrio zona não paga, instalar um elevador superfície-átrio zona não paga-cais com validadores como na estação Roma; 2 - recurso sempre que possível a rampas de acesso em substituição de elevadores.
Observo que o recurso a rampas em vez de elevadores, nomeadamente o elevador superfície-átrio zona não paga, já tinha sido sugerido para Entrecampos, mas a posição oficial é a de que estimula o vandalismo (o que poderia ser contrabalançado com a instalação de videovigilancia e o agravamento das penas dos assaltantes ou poluidores). Não consta que tenha havido problemas nas rampas circulares do centro comercial de Campo Pequeno.
Junto de seguida uma atualização das sugestões para Jardim Zoológico e Campo Grande, notando que na descrição na avaliação ambiental das obras no Campo Grande, dispensáveis segundo o conceito de linha em laço ou espiral, nada consta sobre a adaptação da estação à acessibilidade de pessoas com mobilidade condicionada, contrariando assim o artigo 48 da Constituição (direito à informação e à participação em assuntos públicos).
I - Jardim Zoológico
Hipótese 1 - 2 elevadores cais-átrio zona paga e acesso a partir da superfície por rampa
local de instalação de elevadores de planta retangular de menor dimensão perpendicular à via, com corte das escadas no mesmo sentido e eventual abertura de nicho na parede lateral para reposição das unidades de passagem
O acesso a partir da superfície poderá fazer-se a partir da rampa existente com rebaixamento do pavimento e abertura de passagem junto do elevador da estação da IP ao nível das lojas do corredor de ligação ao metro |
viabilidade de instalação de elevador superfície-átrio de bilheteiras zona não paga-cais lateral norte |
O investimento nas rampas e nas remodelações do interior da sala técnica é compensado pela economia na aquisição e manutenção dos elevadores e pela valorização da disponibilidade dos acessos |
- Baixa Chiado (insuficiente a plataforma existente na escadaria do acesso da rua do Crucifixo)
As restantes estações não equipadas ( Martim Moniz, Intendente, Anjos, Campo Pequeno, Picoas, Laranjeiras, Praça de Espanha, Parque, Avenida) terão menor grau de prioridade, mas isso não dispensa a elaboração dos projetos de adaptação e a calendarização da sua adaptação.
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