A propósito da perplexidade do senhor primeiro ministro português com a acusação do primeiro ministro grego de que Portugal e a Espanha tinham formado um eixo contra as pretensões do novo governo grego, fui consultar a etimologia da palavra.
A origem é latina, perplexionis, e até tem um significado original interessante, fingimento, dissimulação. Mas a partir do século XVII, segundo o dicionário Houaiss, perplexo é "o que hesita, irresoluto, tomado de espanto, atónito, confundido, tortuoso, sinuoso, abalado, abarbarado, abismado, abobalhado, aboleimado, admirado, agraviado, assarapantado, assarapolhado, assombrado, atabalhoado, atado, atalhado, ataranhado, atarantado, atólico, atólito, atordoado, atrapalhado, aturdido, azabumbado, azamboado, azaranzado, azoinado, banzado, banzo, baralhado, basbaque, besta, boquiaberto, contérrito, conturbado, desnorteado, desorientado, embaraçado, embaralhado, embasbacado, embatucado, empachado, empatado, engasgado, enleado, enredado, esbabacado, espantado, estarrecido, estonteado, estremunhado, estupefacto, estupefeito, estúpido, extasiado, impressionado, maravilhado, parvo, pasmado, pasmo, pávido, perturbado, siderado, sorongo, surpreendido, surpreso, suspenso, tonto, transtornado, trémulo, vago, varado, zoina, zonzo."
Nalguma coisa havia eu de concordar com o senhor primeiro ministro, se bem que o domínio de aplicação me pareça de âmbito mais vasto.
Como se se tratasse do menino que foi apanhado a dizer inconveniências e depois, perplexo, diz que não. Ou como aquele episódio bíblico, em que um dos convivas, perplexo e dissimulado, pergunta "Quem, eu?".
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