No exercício do direito de livre expressão, manifesto a minha indignação perante o espetáculo deprimente da reação dos dirigentes dos maiores países da UE à proposta dos 5 cenários da comissão europeia. Eu reagiria da mesma maneira se um colega propusesse um comboio com carruagens a velocidades diferentes. É uma pena séculos e séculos de nacionalismo bacoco e provinciano com exaltação sem correspondência das virtudes nacionais nas escolas condicionarem as nossas mentes e as levarem a rejeitar a ideia da federação europeia. É verdade que os grandes loucos ou ignorantes da história, desde Carlos V a Napoleão e Hitler quiseram unificar a Europa, mas a sociedade evoluiu, não evoluiu? podemos falar agora em federação. Se a Califórnia pode entrar em défice e a reserva federal resolver o problema, não podia fazer-se o mesmo aqui? Curioso ver como Juncker e Carlos Moedas fazem o percurso do princípio da incompetência de Peter ao contrário. Quanto a mim estão a defender as posições corretas e a melhorar, enquanto Merckel e Hollande se afundam, ofendendo quem trabalha nos países mais pobres, sejam da Europa de leste, sejam do sul. E ignorando o imenso e eficaz trabalho de normalização industrial e de serviços feito na UE que garante um mínimo de qualidade de vida para os seus cidadãos. Pena sermos ainda, como Sofia de Melo Breyner diagnosticou, bairristas no Porto e provincianos em Lisboa. E pelos vistos, também há bairrismo e provincianismo entre os dirigentes dos grandes países europeus.
E também nalguns financeiros de Bruxelas (como diz hoje o DN, Daisselblum, o mais desastrado financeiro...), como se pode ver com o caso da CGD.
Afinal, há condições de Bruxelas para aprovar a recapitalização, e uma das principais é vender o negócio na África do sul e em Espanha. Que por sinal é lucrativo. Vai-se vender uma coisa que dá lucro... por imposição duns burocratas que aplicam a cartilha de Hayek sem crítica.
E esquecendo que "os tratados da UE são neutros em relação ao tipo de regime de propriedade. A Comissão está, por isso, vinculada por lei a garantir a igualdade de tratamento dos bancos públicos e privados ". Ora, o que está a fazer é obrigar a transferir negócios lucrativos de um banco público para sabe-se lá que privado.
Como cidadão, só posso estar indignado.
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