1 - o incidente pode descrever-se como deslocação de um tabuleiro e de um pilar periférico com abertura de uma junta de dilatação
2 - da análise de imagens antes e depois do incidente não parece provável que a causa tenha sido embate de um camião no guarda corpos, quando muito poderia ser uma moto despistada; aliás, as ligações do guarda corpos à estrutura do tabuleiro provavelmente não transmitiriam o movimento
foto google earth anterior a incidente; junta de dilatação dentada anterior ao local do incidente |
foto google earth anterior ao incidente;local da junta danificada e aberta sobre o pilar deslocado |
a junta depois do incidente: abriu e desnivelou, isto é, os tabuleiros deslocaram-se para o exterior; dificilmente um camião o faria |
foto google earth anterior ao incidente, mostrando a deslocação do tabuleiro esquerdo, no limite do seu curso de dilatação; ver a deformação da chapa amarela de proteção contra despiste de motos |
a junta avariada, aparentemente aberta com excesso de dilatação e retração |
longarina exterior do meio tabuleiro suspensa; aparentemente, o viaduto esteve muito perto de cair; |
4 - considerando o excessivo deslocamento verificado, a necessidade de verificar a hipótese do assentamento das fundações relacionado com infiltrações do caneiro e as obras do hospital, por aplicação do princípio da precaução não deve ser suficiente a reposição dos tabuleiros nos apoios. Parecerá que o pilar deverá ser reforçado nas fundações e nos apoios que deverão ser alargados de modo a absorver os deslocamentos dos tabuleiros; a junta de dilatação também deverá ser substituida. E interdita a passagem de camiões e autocarros de passageiros (aliás, já existia um sinal de interdição, não cumprido).
5 - manifesta-se entretanto a preocupação de que o projeto anterior de um viaduto definitivo (Alcantara XXI) não seja o adequado para compatibilizar com o funcionamento do nó rodoviário que se pretende e com a travessia dos comboios de mercadorias sem conflituar com o restante tráfego ferroviário e rodoviário; esta preocupação estende-se à ameaça para o fluxo de trafego que o novo hospital representa, às dificuldades construtivas da prevista estação da CP enterrada e ligação da linha de Cascais à linha de cintura, e à rejeição da ideia de um viaduto para término de uma linha de metro com correspondencia com a linha de Cascais e a estação do Alvito. Isto é, duvida-se que se tenha já o projeto razoável de um nó ferroviário e rodoviário com viaduto definitivo nesta zona.
PS em 24 de março - Calçada a viga longarina, que estava suspensa, com cavaletes. Aparentemente "convenceram" o pilar a encaixar no apoio da longarina, provavelmente com maçarico, dada a coloração do pilar. Será interessante confirmar no local a verticalidade do pilar e as fundações, claro (penso que são os tabuleiros que ultrapassaram o perímetro, para além da deformação do pilar ou falha da fundação). Situação pouco segura.
hipótese do que aconteceu:
PS em 30 de março - fotos da reparação. Pilar "puxado" para apoio das vigas dos 2 tabuleiros e fixação de barras articuladas de ligação entre as vigas e o pilar, provavelmente com deteção de deslocamentos e com submissão a monitorização. Será interessante monitorizar também a altimetria dos carris da linha de Cascais, para confirmar se não há assentamentos por arrastamento de inertes.
Lateralmente, imagens das obras do Hospital da Cuf-Tejo no triangulo dourado. Pessoalmente, penso que, apesar do trabalho já investido no plano de urbanização de Alcântara (PUA) e da consulta pública realizada, ele deveria ser revestido e melhor adaptado à problemática dos transportes (estação do Alvito, expansão do metropolitano, passagem da linha de Cascais, interligação pedonal entre as estações, cruzamento da linha ferroviária de mercadorias e da eventual ligação de serviço com a linha de Cascais, definição dos planos de construção, isto é, o que deve ser construido enterrado, à superfície e à cota dos viadutos) :
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