Já se pode completar o quadro dos lucros dos 5 principais bancos portugueses apresentado no blogue de 28 de janeiro de 2010, Economicómio XXXIX-situação explosiva 2.
Faltava o valor de 2009.
Os lucros foram de 1730 milhões de euros, ultrapassando ligeiramente o valor de 2008, ano da quebra do sistema financeiro norte-americano, e que foi de 1724 milhões de euros).
Quanto às principais companhias de seguros, as coisas vão pior: lucros de 12,3 milhões de euros em 2008; lucros de 9,3 milhões de euros em 2009 (não me vão mandar uma carta para casa a dizer que vão ter de aumentar os seguros, pois não?).
Considerando a situação explosiva que vivemos, como dizem os nossos gestores máximos, e o aumento das taxas e impostos aplicadas nos países estrangeiros aos bancos e sociedades financeiras, parece assim acertado fazer o mesmo em Portugal.
Mas continuo a ouvir falar pouco nisso, apesar de no Parlamento haver representação de partidos de esquerda.
E já que se fala de agentes financeiros, convirá recordar o que aprendi no filme de Michael Moore. Que o ministro das finanças (secretário do Tesouro) de Ronald Reagan era funcionario da Goldman Sachs, tal como o era Henry Paulsen, o principal autor do plano de apoio aos bancos e sociedades financeiras dos USA após a quebra de Setembro de 2008, ainda no tempo de Bush.
Como pois admirarmo-nos de que a Goldman Sachs tenha fornecido ao anterior governo grego um plano mirífico?
Reparem por favor que o negócio foi com o governo anterior, que perdeu as eleições não por ter tido um comportamento económico-financeiro irresponsável (bom, devia ser uma questão de fé a toda a prova no princípio do egoísmo benéfico de Adam Smith), mas porque não deu garantias de controlar a insegurança nas ruas.
Talvez que isto seja um indício de que os gregos sofrem de um problema semelhante ao dos portugueses, de dificuldade de comunicação e de apreensão da essência dos problemas (ou de falta de imunidade a manobras de diversão), uma vez que o governo anterior conseguiu enganar a opinião pública ocultando a irresponsabilidade do seu comportamento.
Vá lá, aumenta-se um poucochinho os impostos sobre os bancos, taxa-se também um poucochinho as contas das "off-shores" (16.000 milhões de euros, só aqueles que seguiram o caminho legal) e apoiamos todos o congelamento dos salários, ou pelo menos a indexação ao índice (passe a redundância) dos preços dos bens essenciais, alimentação, vestuário, energia e habitação incluídas.
Está bem assim?
Sem comentários:
Enviar um comentário