Pequena lista das frutas e sua origem, à venda numa grande superfície comercial em Lisboa, em julho de 2013:
melão - Espanha
abacaxi - Costa Rica
pessegos -Espanha
maracujá - Colombia
ameixas - Espanha
maçãs - França e Brasil
peras - África do Sul
limões - Argentina
kiwi - Chile
laranjas - Portugal
limas - Argentina
clementinas - Uruguai
bananas - Costa do Marfim
morangos - Portugal
frutos secos - Califórnia
Claro que estas coisas são sazonais e dependem de muitos fatores variáveis, mas esta lista parece-me exagerada, apesar dos progressos relativamente à quinzena anterior, em que as laranjas vinham da África do Sul.
Há ainda o fenómeno paradoxal da importação destas frutas coincidir com um bom momento de exportação de frutas portuguesas, especialmente pera rocha.
Segundo David Ricardo há vantagens mutuas, para importadores e exportadores, se um país exportar um produto em que consiga uma boa produtividade (vantagem competitiva), importando outro em que tenha má produtividade.
Não parece ser o caso da lista, pelo menos no que toca aos melões e às frutas produzidas na Madeira.
Haverá outras variáveis, como seja o "dumping" , acordos especiais como contrapartidas nos paises exportadores e decisões de acionistas estrangeiros.
Independentemente dos indicadores que os economistas manipulam (por exemplo, se a taxa de juro da divida for superior à taxa de crescimento o endividamento só pode crescer) , este blogue há muito que pensa que um país só pode ser autónomo se a maior parte do que come e a maior parte da energia que consome forem produzidas por ele próprio ou compradas com a venda dos seus produtos.
Não é caso de Portugal, e a lista da fruta é apenas uma pequena amostra e o aflorar da insustentabilidade da situação económica.
Pode ser um mau entendimento da famosa globalização, mas o efeito é este, é o da insustentabilidade e da dependencia externa de uma super nova United Fruit.
Donde, pareceria que a solução seia começar a produzir para substituir importações, não apenas exportar.
Mas enfim, os senhores decisores e governantes não pensarão como este blogue.
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