Podemos bem com a crise do Burkina Faso e do Alto-volta.
Mas afinal talvez possamos com a nossa própria crise.
Baixou o volume de vendas de automóveis ligeiros, mas ainda deu, em Agosto de 2009, para vender 10.000 unidades.
Assim vai, pois, o investimento no sistema de transporte individual. Com a crise, vender-se-ão este ano cerca de 180.000 unidades em vez dos 250.000 do ano passado (por acaso vão vender-se mais Porsches este ano, embora menos Jaguares).
Admitindo 3.000 contos por unidade, teremos 540 milhões de contos (atenção que no ano passado terão sido 750 milhões).
Isto é, temos um sistema de transportes que se amortiza em 5 anos e que todos os anos consome, só como investimento, mais de 500 milhões de contos (2.500 milhões de euros).
Este sistema é responsável por uma quota de 70% nos transportes urbanos da área de Lisboa quando seria legítimo reduzi-la para 30%. (10% deste investimento anual destinar-se-á a transporte em Lisboa? dará 50 milhões de contos por ano para TI em Lisboa; quererá issodizer que seria legítimo investir 20 milhões de contos todos os anos em TC só como contribuição do TI?).
Acham caro uma extensão Alameda II -S.Sebastião II por 200 milhões de euros? Ou a terceira travessia do Tejo para o TGV por 3.000 milhões? para serem amortizados entre 50 a 100 anos?
Nós, portugueses, temos graves dificuldades na avaliação e no dimensionamento das coisas...
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