Na sexta feira e sábado da semana passada ocorreram 2 descarrilamentos na cidade de Yaoundé, capital dos Camarões, ali ao lado nascente da Nigéria.
No primeiro morreram 3 pessoas, na sequencia do descarrilamento e explosão dos dois ultimos vagões de transporte de petróleo.
No segundo morreram 10 pessoas porque as ultimas dez carruagens descarrilaram e escorregaram por uma ravina.
A linha é explorada pela Camrail sob concessão de 2000 a 2020 à Bolorés.
A Bolorés é um grupo francês. A via pertence ao Estado e o material circulante à Camrail. Por ironia do destino, a administração da Camrail viajava no comboio acidentado para verificar in loco as razões das reclamações dos passageiros.
Não é um problema do terceiro mundo.
Acidentes assim aconteceram recentemente em Viareggio (as válvulas de um vagão não resistem a um choque?) e na Croácia (deslisamento das rodas e velocidade excessiva).
Consta que não havia investimentos nas infraestruturas da Camrail. Aliás, a maldição que desceu há anos sobre as empresas ferroviárias, com a estrutura "accionista" muito bem "explicadinha" e "arrumadinha" para dar oportunidaes de negócio a empresas privadas, torna esta questão universal (os vagões de Viareggio pertenciam à multinacional GATX) porque dilui as responsabilidades em conflitos de fronteiras de propriedade da infraestrutura para um lado e do material circulante para o outro, sem que apareçam as vantagens do controle mútuo.
Resumindo: enquanto não há acidentes, tudo corre bem, apesar da falta de manutenção e de investimento ir preparando a desgraça. Não se pode poupar, pronto.
Difícil de explicar isto aos economistas.
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