segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Religo I – Saramago

Antes que os meus amigos se vejam envolvidos na discussão sobre as declarações de Saramago (a Bíblia é um manual de maus costumes e um catálogo de crueldade), quero dizer-vos que o homem tem razão.
Graças à idade, já perdeu a pachorra, como ele próprio diz, para aturar o que as religiões nos querem impingir, e despeja o saco enquanto é tempo.
Todo o apoio. No tempo do bisavô do meu avô queimavam-se pessoas à beira do Tejo por não seguirem os dogmas.
Quanto à Bíblia, lembram-se do episódio em que um pai desvairado pega numa faca para cortar o pescoço ao filho? E da tomada da cidade de Jericó por Josué com o massacre que se lhe seguiu para expulsar as vítimas da terra em que nasceram? (Ui, que isto tem implicações geo-estratégicas).
É tanto mais verdade o que Saramago diz que as palavras de Jesus Cristo no Novo Evangelho são claras: Dantes o coração dos homens era duro e por isso o Antigo Testamento era assim, mas a partir de agora o coração dos homens não pode ser duro…
Pois é, bem dizem que temos de dar o desconto ao tempo em que os textos foram escritos e que não podemos ter uma interpretação literal da Bíblia .
Claro que não, estamos de acordo. Com o que não estamos de acordo é pegar no texto , aliás de alto valor literário e imaginativo, e impô-lo como manual fundamentalista de vida.
Aguardemos os comentários das virgens púdicas ofendidas e dos publicanos farisaicos.
Tem razão, o homem.

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