segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Festa do Avante 2012


festa do Avante 2012



Escrito no pavilhão de comes e bebes de Leiria: “Desenvolver o setor produtivo”.

Estaremos todos de acordo. Como se costuma dizer agora, o crescimento é indispensável.

No pavilhão de Braga o preço de uma ração de entrecosto com 4 meias costelas e os respetivos pedaços de carne a elas agarrados, era de 2,50€. Contando com bebidas e o pequeno almoço teremos uma expetativa de 12€ por dia para a reposição do poder de trabalho de um profissional que requeira esforço físico.

Os grandes economistas que atualmente governam o país e teorizam sobre a obsessão da redução dos custos da produção através da redução dos custos do fator trabalho poderiam deduzir que bastaria pagar a um trabalhador 360€ por mês para o ter apto para o trabalho.

Mas a ideia deste post não é essa, porque o empregador, como a carne é fraca, poderia embolsar a economia com o fator trabalho e manter os preços de venda.

A ideia era antes chamar a atenção para a diversidade de formas de estrutura das empresas de produção: sociedade por ações, por quotas, cooperativas, parcerias, mutualidades… e que unidades coletivas de produção, eventualmente de capitais públicos, poderiam talvez baixar custos de produção, investindo o diferencial em benefícios para a comunidade.

Mas o pensamento dominante não autoriza essas experiencias, embora fosse expetável que o setor produtivo se desenvolveria, por exemplo, navios-patrulha para vigilância da costa e missões de salvamento, que faltam entre Aveiro e Caminha, e para fabrico de componentes para plataformas petrolíferas.

E não autoriza porque ainda existe este conceito de democracia que é calar as minorias.

De nada serviram os progressos da teoria das técnicas de gestão.

A participação de todas as sensibilidades, mesmo as minoritárias, valoriza o trabalho comum e essa participação proporcional, por definição, é a democracia.

Agora, só porque em dado momento, uma maioria de 29,7% de eleitores, relativamente ao universo dos eleitores inscritos, forneceu apoio parlamentar a um governo subordinado a dogmas criados nas academias longe da realidade e que rejeita a participação das minorias, é, salvo melhor opinião, estrangular a democracia.

Esperemos que a ideia da reforma da lei eleitoral no sentido “quem tiver mais votos leva tudo”, sem oposição (e sem participação), não vá para a frente.

Senão, teremos de nos contentar em assistir nas festas do Avante às atuações dos gaiteiros de Lisboa.

Sobre a reforma das leis eleitorais ver:
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/search?q=eleitorais

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