quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Longa vida ao Sado


O senhor doutor Medina Carreira diz com um ar triste, no seu programa de televisão com Judite de Sousa, que não há dinheiro, que é com dinheiro que se pagam as pensões e que a adesão ao euro impede o fabrico de moeda ou a sua desvalorização (o que permitiria pagar as pensões).

Terá o senhor informações seguras do que diz, mas surpreende-me que diga que só se podem pagar as pensões com dinheiro.

Ignorando as experiencias de Worgl, do bitcoin, do napo (moeda de Nápoles) – ver

http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2011/09/atualizacao-de-uma-anedota-economica.html
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2013/05/longa-vida-ao-napo-ate-2016.html

Refiro isto porque também li no programa eleitoral de um candidato à câmara de Setúbal a intenção da emissão do Sado, uma moeda para circular em Setúbal, com período de validade bem definido e com emissão com cobertura em euros.

Como já referi, os bonzos do nosso sistema financeiro, nossos e da UE certamente que se oporiam (apesar de nos USA se ter regulamentado o bitcoin, mas como o BCE não segue os bons exemplos do FED…) , mas então também tinham de se opor aos vales que qualquer empresa emite para os seus funcionários, aos talões de desconto, aos vales do supermercado que podem ser reconvertidos em combustível nas bombas de gasolina.

Se os ditos bonzos não querem o Sado, então podiam implementar a taxa Tobin, que há anos vem sendo proposta, ou a taxa por cada transação do multibanco sem repercussão nos clientes (podia ser que, com o êxito internacional do BES, reconhecido no Dow Jones sustentability, este banco não protestasse…). Isto para não falar no aumento do IVA para produtos de luxo e viagens turísticas, e na supressão das isenções de IMI para a igreja católica e para os fundos imobiliários.

Sempre se arranjava algum dinheiro que dispensasse o senhor secretário de estado de fazer aquelas figuras tristes com os cortes de 10% nas pensões superiores a 1050 euros dos aposentados com mais de 90 anos (ausência total de pudor, é o que é).





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