O naufrágio do Sewol não tem apenas semelhanças com o do Costa Concordia (pequenas alterações da carga provocando um binário adornador devido a uma distancia metacentrica pequena, ver o "post" Atlântida, Atlântida).
Tem também semelhanças com os acidentes do "Senhor dos Navegantes" na barra da Figueira da Foz e do "Mar Nosso" nas Asturias.
No primeiro caso, uma onda de rebentação virou o barco, possivelmente por mau acondicionamento ou apetrechamento da popa, que terá metido água quando o barco caiu, quase na vertical, sendo apanhado pela segunda onda. A popa destes barcos está preparada para receber caixas de peixe, mas o centro de gravidade sobe e a popa é suscetivel de inundação. O projeto dos molhes deveria ser revisto, visto que há assoreamento devido à corrente de sudoeste que contribui para a rebentação das ondas perto da saída dos molhes, o que esteve na origem do acidente.
No segundo caso, o presidente da associação pró segurança no mar teve a coragem de referir que o barco tinha excesso de carga e a força de tração da rede a ser recolhida provocou a entrada de água pela popa até ao afundamento.
Em ambos os casos prevalece a necessidade dos pescadores usarem coletes de salvação, apesar dos custos e dos incómodos para a faina, e de usarem roupa com carateristicas térmicas e que não acumulem água no caso de queda ao mar. Deveria haver aqui uma campanha oficial para a divulgação (e controle dos custos dos equipamentos) destas questões de segurança.
Conclui-se ainda que o projeto das embarcações e os processos de fixação das cargas deverão ser revistos pelos estaleiros e pelas comissões de homologação, sendo certo que o excesso de carga é motivado tambem pela concorrencia do peixe importado.
É por isso que profissionais experientes cometem erros graves, pela pressão económica.
Se por um lado os tratados internacionais obrigam a essa concorrencia, por outro lado é possivel lançar taxas de carbono correspondentes ao transporte de longa distancia desse peixe importado e é possivel tambem fiscalizar as condições indevidas com que muitas vezes esse peixe é capturado (o melhor exemplo é o atum pescado ilegalmente no mediterraneo por frotas japonesas). Mas para isso era preciso o governo querer.
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