Primeiro, o seu sistema eleitoral para as legislativas: por voto preferencial, transferível para respeitar a ordem de preferencia expressa pelo eleitor (se o candidato X não puder ser eleito por insuficiencia de votos, então, por mim, que seja o candidato Y). Em princípio, parecerá que os pequenos partidos poderão ser menos representados. No entanto, pode suceder que o candidato Y, que atépoderá ser independente, obtenha uma votação elevada.
Para as presidenciais penso que é o sistema ideal, especialmente se houvesse vice-presidente (não duplas fixas presidente-vice-presidente).
Para as legislativas, continuo a preferir o método de Hondt (existem variantes do método proporcional). Por mim, a variante seria aproveitar todos os votos perdidos e atribuir proporcionalmente , de acordo com a menor média (eleitores por eleito), n deputados por um círculo nacional (além de diminuir o número de círculos distritais, precisamente para diminuir as perdas dos pequenos partidos.
Devemos aproveitar as lições da história, de que partidos únicos e falta de diversidade não dão bons resultados, devemos apoiar a existencia da diversidade de partidos e de formas de participação cívica. A questão da "governabilidade" está relacionada com a dificuldade de compreensão entre as pessoas e isso combate-se com técnicas de organização e métodos, e é normalmente invocada por quem consegue obter o apoio de maiorias para infernizar a vida de minorias.
Infelizmente o sistema eleitoral é um tema de matemática complexa, objeto de estudo desde finais dos século XVIII (Condorcet, Bordas...) e de teses que já deram um prémio Nobel de Economia. Mas enfim, apesar de tudo a sabedoria popular, mesmo ignorando os teoremas, pode chegar a uma conclusão útil, desde que a informação circule e não seja manipulada pela comunicação social e pelos políticos interesseiros.
Sistemas como o americano, "quem tiver mais votos leva tudo" é primitivo porque anterior ao desenvolvimento matemático do tema. Infelizmente cristalizou e os norte-americanos não saem dele.
Mas vamos à Irlanda, que apesar de tudo, e o tudo é o cumprimento escrupuloso do diktat da troika, além de que o peso financeiro das colónias irlandesas nos USA e no mundo inte,iro garante investimento estrangeiro que equilibra o saldo orçamental.
Quanto aso indicadores, temos, com a devida vénia ao DN e Dinheiro Vivo:
Apesar de uma boa evolução do PIB, mantem-se o défice público e uma dívida pública elevada (provavelmente a privada não será tão elevada, pela razão exposta, alto investimento estrangeiro, o que mostrará a inoperancia das medidas da troika). Notar que apesar da existencia de défice a dívida diminuiu (provavelmente devido a privatizações mais rentáveis do que as portuguesas).
Para comparar a evolução do PIB com a da Alemanha, zona euro e Espanha:
Aparentemente, não são os governos de países de economias periféricas que são inteiramente responsáveis pelos descalabros e pelos exitos. As curvas movem-se de forma semelhante, são interdependentes, com já a economia clássica sabia. Quando muito, os governos serão responsáveis por parte da diferença entre os melhores e os piores indicadores. E mesmo assim o condicionalismo externo é extremamente forte. Não culpemos os pensionistas e os funcionários públicos pela desgraça nem pela evidência de que a economia europeia foi a que pior reagiu à depressão de 2008.
Mas confesso, tenho inveja de alguns factos irlandeses. Por exemplo, aproveitaram fundos comunitários para estudo da ligação entre os seus parques eólicos e as redes elétricas francesa e inglesa através de cabos submarinos de muito alta tensão contínua (exemplo que deveria servir para Portugal para exportação do seu excesso de capacidade instalada através de cabo submarino entre o Minho ou Galiza e o golfo da Biscaia).
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