sábado, 20 de fevereiro de 2016

Portugal na balança da Europa de Almeida Garrett

"Quando pois, ó varões athenienses, quando o que vos cumpre haveis de fazer? Quando alguma coisa accontecer? Quando a desgraça vier? E do presente estado de coisas qual deve ser a vossa opinião? ... querereis continuar a andar como vadios pelas praças perguntando uns aos outros: o que ha de novo? - e que maior novidade póde haver do que subjugar o Macedónio os Athenienses, e estar dando leis à Grécia? ... cedo vos fareis vos mesmos outro Philippe (o Macedónio) se, como atequi haveis feito, continuardes a cuidar assim de vossas coisas."
                                                                                                              Demosthen, Philipp


Transcrição, com a grafia da época, da citação de Demostenes com que Almeida Garrett iniciou o seu livro Portugal na balança da Europa (edição fac-simile da Universidade de Coimbra e Edições a Bela e o Monstro,2013, sobre a edição de 1830 de S.W.Sustenance, 162 Piccadilly, Londres, preço 6 s).
O autor analisa a condução catastrófica dos destinos do país ao longo da história pela oligarquia (o governo de poucos) em lugar do que hoje chamamos meritocracia, mas a que na altura chamou aristocracia (o governo dos ótimos, do grego aristos).
Para concluir, dada a penúria de recursos, que se não for possível a soberania plena, ao menos, "talvez uma federação..." (na altura, a federação seria com a Espanha; na atualidade a federação será com a União Europeia).
Eu diria federação, não protetorado, e mais diria que se passa tempo demais nas praças, sem produzir... e que no esforço coletivo de maior número possível de cidadãos e cidadãs participantes nos processos políticos a todos os níveis, se concretizará a ideia do "governo dos ótimos", ou democracia participativa (passe a redundância).

junto da Ginjinha do Rossio, de copinho de plástico na mão,"o que há de novo?"



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