quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Os hipermercados e o imposto sobre os combustíveis

Queixam-se as virgens púdicas de que o imposto sobre produtos petrolíferos, 6 centimos por litro, vai repercutir-se ao longo da cadeia da economia e encarecer as coisas.
Até nem seria muito mau, já se viu que a deflação é como a austeridade, mata a economia.
Mas não e o essencial, o que interessa é limitar as importações, no caso de combustíveis fosseis.
Analisemos o caso da grande distribuição e da procura pelos consumidores através da utilização do seu transporte privado, assunto já tratado neste blogue, a propósito da lei de Fermat-Weber (cujo estudo devia ser obrigatório nas faculdades de Economia):
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/search?q=fermat+weber

Seja D os custos de combustível duma grande distribuidora para abastecimento de uma sua grande superfície comercial, representada na figura da situação I por um quadrado.
Seja  "a" a distancia média entre os consumidores e o hipermercado, admitindo que corresponde aos custos de combustível para os consumidores se abastecerem.


Temos assim para a situação I:

custos de combustível dos consumidores:    8a
custos de combustível da distribuidora:         D





Admitamos agora que os consumidores perceberam que estavam a suportar custos de combustível da distribuidora por terem de se deslocar demasiado longe, o que obrigou a distribuidora a repensar a sua estratégia e a construir hipermercados mais pequenos mas mais perto dos consumidores, a metade da distancia entre o grande hipermercado e os consumidores e ente os pequenos hipermercados, e representados estes por quadrados mais pequenos na figura da situação II.
O balanço de custos, admitindo que se mantém o primitivo hipermercado como logística de distribuição e não contando os consumidores mais próximos do grande hipermercado, passou a ser, considerando o número de consumidores suficientemente grande para que o custo unitário do transporte da distribuidora seja semelhante aos dos consumidores:

custos de combustível dos consumidores:    4a
custos de combustível da distribuidora:        3a+D

variação da situação I para a II:
          consumidores:      -4a
          distribuidora:        +3a
          variação total:       -a

Isto é, com a situação II o país ficou a ganhar porque tem de importar menos "a" . Mas a distribuidora ficou a perder 3a.

Dá para pensar, não dá?
Sobre a fundamentação dos impostos, por exemplo...








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