domingo, 22 de maio de 2016

O desgosto que vem do lado de lá do Atlântico



Independentemente da discussão jurídica e formal se foi ou não golpe, se a democracia foi ou não ofendida e não tinha meios para se defender, choca-me o ar satisfeito e de auto-gratificação dos oligarcas, que certamente aplicarão os dogmas do consenso de Washington .
Eu quereria que não fosse um exemplo de uma luta de classes. De um lado os que fizeram manifestações por educação, saúde e transportes (e Dilma não entendeu, não viu que eles deviam ser a prioridade, não os campeonatos de futebol nem olimpíadas; por pura incompetência permitiu que as desigualdades sociais e a sua associada insuportável criminalidade continuassem), do outro os oligarcas do consenso de Washington.
Choca-me o ar desiludido, triste, da brasileira de Minas Gerais que nos atende no refeitório do metropolitano, e que se lamenta de já não acreditar em ninguém.

Repito a antiga pergunta de Jõ Soares, Cadê os outros?
E repito o comentário de Jean Pierre Chevenement no congresso do PSF de 1975: a esquerda não pode falhar, como em França, nem trair, como em Portugal.

A esquerda traiu  no Brasil porque falhou.
Traiu na Venezuela, por incompetência também, com a agravante do seu presidente estar agarrado ao poder.
A esquerda falha em Cuba, sempre que não autoriza a formalização de partidos da oposição.
 A liberdade de expressão e de  informação  são essenciais, não se pode viver sem elas, mesmo que os resultados daseleições prejudiquem os próprios eleitores.

Esperemos pois, no Brasil,, que o tribunal demonstre a falta de fundamento da acusação (crime de responsabilidade nunca demonstrado), que na Venezuela os mediadores consigam fazer aprovar um plano de transição, e que em Cuba prossigam as mudanças, pelo menos partidos com liberdade de expressão.

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