quarta-feira, 18 de março de 2020

Comparando as exportações portuguesas para Espanha e para o conjunto Alemanha-França



Na discussão do planeamento das ligações ferroviárias à Europa tem de se analisar o panorama das exportações portuguesas, um dos principais fatores justificativos do seu desenvolvimento,  e a distribuição das mercadorias pelos diferentes modos de transporte, pelo que o documento base poderá ser o relatório do INE  Estatísticas de Transportes e Comunicações de 2018:

https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOESpub_boui=358630755&PUBLICACOESmodo=2


O volume total de mercadorias exportadas por todos os modos, ndependentemente desses modos e da natureza das cargas, foi em 2018 de cerca de 37 milhões de toneladas, assim distribuido, também em milhões de toneladas:
ferroviario (pág.31)             0,556
rodoviário (pág.71)             7,877
maritimo   (pág.99)           28,507
aéreo       (pág.132)            0,079
____________________________
total de exportações         37,019

Do quadro da pág 71 retiro que as exportações por modo rodoviário foram, em milhares de toneladas: Alemanha+França 1767; Espanha 5196.
E em M ton-km: Alemanha+França 2995 ; Espanha 2793
Bate certo, a média do transporte rodoviário para Espanha foi cerca de 530km, para França 1500 km e para Alemanha 2000 km. E o valor é proporcional às ton-km, vantagem no rodoviário para o par Alemanha-França.

Saltando para o maritimo, pág 104, exportações em milhares de toneladas:
Alemanha+França 1826 ; Espanha 3508, 
mas UK 2500, Belgica 600 e Holanda 2611
Bastará juntar ao par a  Holanda (porto de Roterdão) para termos mais carga maritima do que para Espanha, parecendo que em termos de ton-km temos já a vantagem do par Alemanha+França relativamente a Espanha (aliás este deve ser tráfego de cabotagem/transhipment)

Indo para a ferrovia, na pág 30:  total  de exportações, e apenas para Espanha, em milhares de toneladas:  556, não comparável ao maritimo; a insignificancia do tráfego ferroviário poderá  classificar-se como fruto de gestão danosa.
As perspetivas existentes de restrição à bitola ibérica pouco modificarão este estado de coisas e as penalizações do transporte rodoviário provocarão uma crise no respetivo setor.
Daí a insistencia na bitola UIC com indispensável apoio da CE.

De notar o peso excessivo do rodoviário.
Deveria transferir-se parte significava do rodoviário para o ferro e para o maritimo, considerando o modo Ro-Ro (transporte de camiões em navios ferry) ou as autopistas ferroviarias (transporte de camiões em comboios, mas este exige a bitola UIC até Hendaye desde os portos onde a carga descarregada dos navios é carregada nos camiões e estes nos comboios). 





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