Tendo na campanha eleitoral o presidente eleito da CML prometido acabar com a ciclovia da Almirnte Reis no estado em que ela está, entenderam muitos ciclistas manifestarem-se em sua defesa.
Destaco, dentre tantos temas que seria interessante analisar, estas declarações de um dos organizadores da manifestação https://www.esquerda.net/artigo/manifestacao-em-defesa-da-ciclovia-juntou-mil-pessoas-em-lisboa/77458 :
"Miguel Pinto, um dos organizadores do protesto, disse à agência Lusa que “esta questão entrou no debate político de forma inquinada. Aquilo que queremos é uma solução mais equilibrada e que seja possível toda a gente circular. O que nós estamos a pedir é um diálogo”.
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Praticar o ciclismo permite a autossatisfação de poder fazê-lo, de se ser jovem e destemido no meio dos perigos que se correm, de se sentir forte e protegido no meio do grupo, contra indignados que não compreendem a sua sede de liberdade |
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Em termos de engenharia de transito, é possível avaliar o risco de transportar crianças, mas apenas com base em estatísticas fiáveis de que não se dispõe. Isto é, os hospitais que tratam os traumatizados em acidentes com 2 rodas ou não enviam os dados ou eles são ocultados ou diluidos em outros tipos de aicdentes. O critério comparativo exige que se contabilizem as vítimas mortais e os feridos graves não pelo número de deslocações, mas pela totalidade de km percorridos. Pode no entanto questionar-se, com base nas estatísticas de outros países, se é seguro transportar crianças deste modo (o risco de acidente é o produto da probabilidade de ele acontecer (independentemente de quem é a culpa) pelo grau de gravidade das suas consequencias. Neste caso, é admissível que nalguns países se considere grave e passível de procedimento a exposição pelos pais de crianças a este risco. |
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mesmo comentário |
Concordando com as declarações do organizador reivindicando diálogo e possibilidade para todos circularem, não esquecendo que mais vulneráveis do que os ciclistas são os peões porque, para além dos automóveis, correm o risco de serem atropelados nos passeios e nas passadeiras de peões também por bicicletas, trotinetas e skates .
Transcrevo os resultados de um pequeno cálculo da ocupação longitudinal em metros de uma rua de 6 m de largura para a deslocação de 100 pessoas deslocando-se com um intervalo de segurança de 2 segundos (para evitar colisões por travagens bruscas) a 20 km/h (exceto peões a 3,6 km/h):
automóveis 581 m
bicicletas 219 m
trotinetas 202 m
peões 50 m
autocarros/trams 18 m
metro 0 m
Nas figuras seguintes, , representando um cruzamento e um entroncamento numa zona de moradias, ilustro a necessidade de fiscalização das regras do código da estrada relativamente a bicicletas e trotinetas, para além evidentemente das velocidades máximas para os automóveis e para as manobras perigosas executadas por estes. As setas brancas representam os sentidos de circulação obrigatória ou permitida, e as amarelas percursos em sentido proibido que testemunhei:
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a seta a amarelo indica o percurso de uma trotineta; a curva por onde passou tem pouca visibilidade |
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a seta amarela a cheio indica o percurso das bicicletas de um pai e uma criança com a curiosidade do pai ter levantado o braço esquerdo antes de fazer a manobra proibida; a seta a traço interrompido mostra o percurso de um ciclista que por pouco não atropelou um peão na passadeira |
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