sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Utopia, de Thomas More

 Devemos ao Publico um especial agradecimento pela disponibilização, com a edição de 21 de outubro de 2021,  da Utopia, de Thomas More, que desde a minha adolescencia não visitava.

Transcrevo da página 166:

"Que justiça é essa quando um nobre, um joalheiro, um usurário ... que faça algo que não tem utilidade para o público, leva uma vida de magnificência? entretanto  um criado, um cocheiro, um ferreiro ou um agricultor labuta como uma besta, desenvolvendo um trabalho tão necessário que a comunidade  não poderia passar um ano sem ele. Apesar disso esses trabalhadores ganham pouco e vivem uma vida miserável ... carregam o fardo do trabalho árduo, estéril e sem frutos, vivendo no temor de uma velhice necessitada. O seu salário é insuficiente  para os apoiar no presente, pelo que não têm excedentes para armazenar para o futuro."

Por coincidencia, a edição do Público desse dia traz um artigo de Isabel do Carmo que explica o problema da exclusividade no SNS (recordo que os sistemas de segurança social e de saúde pública historicamente foram de iniciativa de partidos conservadores, Bismarck na Alemanha, o partido conservador no pós guerra dos anos 40) :

https://www.publico.pt/2021/10/21/opiniao/opiniao/medicos-ha-exclusividade-opcional-orcamento-sns-definha-1981838

Neste artigo, conta-se a história de uma médica altamente qualificada, com três filhos. Até 2017 ganhava 1200 euros, com um horário de 40 horas incluindo urgencias; depois de 2017, até mudar-se para o serviço privado, ganhava entre 1500 e 1800 euros, incluindo as urgencias.

Solução para isto seria o crescimento económico, mas há dificuldade em aceitsr isso. Então, recorrendo à mesma edição de dia 21, ao menos comece-se pelo que a crónica de Miguel Esteves Cardoso advoga, o encontro e o diálogo, para vencer os degraus da separação, se necessário com intermediários:

https://www.publico.pt/2021/10/21/opiniao/opiniao/questao-degraus-1981846

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