domingo, 5 de julho de 2009

Educação IV - O ódio desajustado segundo a senhora ministra da Educação

A senhora ministra disse que a oposição à sua (sua, dela, ministra) acção é um ódio desajustado.
Uma acção que, disse ela, pretendeu ser de continuidade.
Primeiro: quem, como eu, e são muitos neste país, se opôs à política da senhora ministra não lhe tem ódio, nem deseja nada de desajustado. Tive uma experiencia pessoal com o falhanço de um sistema de avaliação (e não é só a questão das quotas); informei-me sobre os factores determinantes do insucesso escolar (a seu tempo, não foi agora) e verifiquei que a política do ministério ignorava esses factores.
Isto é ódio?
Os erros num ministério de Educação aparecem 5 anos depois, com o comportamento em fim de adolescência. Se a política de Educação falhou, essa geração vai falhar. É o salto geracional com que o outro senhor justificava o aumento da criminalidade juvenil.
Ódio desajustado por dizer isto? E que dizer dos principais órgãos do país, a dizer para deixar trabalhar a senhora? Só me faz lembrar o residente não executivo da PT: “Pelo que dizem, ou estão fora do contexto ou estão fora da realidade”. Choisissez!
Segundo, continuidade? Então a política deste ministério não era a das reformas? Infelizmente, concordo, foi de continuidade. As políticas infelizes de Educação já vinham de trás, e este ministério deu continuidade. Nisso concordamos.

2 comentários:


  1. Ai, ai...
    Começo a ficar com uma preocupação preocupante (vá lá, perdoe-me esta redundância vulgar), pois mais uma vez estou de acordo consigo, mas só em algumas coisas (não se entusiasme).
    Eu até simpatizo com a Ministra, vá-se lá saber porquê...
    Deverá pensar, o que leva alguém a simpatizar com outro alguém que não simpatiza com ninguém?
    Mas a verdade é que a dita, teve ideias positivas, tentou, mas não conseguiu melhorar o sistema educativo, que diga-se em abono da verdade, estava, está e estará, um caos.
    Como sabe, e sei que sabe, a lei básica da Teoria do Caos, afirma que, a evolução de um sistema dinâmico depende crucialmente das suas condições iniciais.
    E aqui é que reside o problema... Não se consegue mudar de sistema se não se mudar primeiro os agentes, o conceito, a mentalidade e a cultura organizacional.
    Lorenz, tinha razão, quando afirmava que pequenos acontecimentos num ponto do planeta, poderiam originar grandes mudanças no ponto oposto, ou seja o famoso efeito borboleta. Cientificamente designado por previsibilidade.
    Foi o que faltou à dita, previsibilidade, principalmente sobre as sequelas que surgiriam do afrontamento aos professores, quando pretendeu que eles passassem mais tempo na Escola a leccionar.
    É verdade que passar mais tempo na Escola, não resolve nada, estou de acordo e por isso é que concordo consigo quando menciona um factor importante, para este estado a chegou a Educação.
    Um problema geracional.
    Mas é também um problema geracional dos políticos, que engaiolados nas bancadas de S. Bento, agora com acesso em directo, aos hi5, Facebook, Twitter, Mesenger e outras coisas análogas, deixam de ouvir os técnicos, os profissionais, os sábios e as vozes da contestação.
    Ainda assim, simpatizo com a dita, porque é necessário ter uma coragem imensa para enfrentar sindicalistas ortodoxos e profissionais, como são aqueles que têm representado os professores nos últimos anos. Aliás, não esperava outra coisa da classe, tudo o que dá trabalho e principalmente se for sujo, que seja para os outros.
    Tenho que fazer aqui uma ressalva, poios não ficaria bem com a minha “humilde” consciência, se não afirmasse que felizmente muitos professores, são excelentes profissionais e pedagogos.
    Mas como em todas as profissões há as “ovelhas negras” que mancham o brilho que a classe deveria merecer.
    Vai levar tempo, se vai, mas só se conseguirá fazer algo, quando todos os parceiros interiorizarem que o objectivo é comum e não individual.
    As elites não são para quem quer, são para quem pode...

    DPVL

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  2. Não foi por falta de quem avisasse a senhora ministra...Até o professor Marcelo lhe deu negativa depois de se encantar com ela. Mas pode ser que se tirem conclusões e o próximo ministério estude melhor as condições iniciais e as condições aos limites. E colabore com os malandros e as malandras dos professores e das professoras, e baixe outra vez a duração das aulas de 90 (ai o vício da produtividade) para 55 minutos...Mas deixemos estar as coisas como estão no que toca à não reciprocidade dos sentimentos: simpatize e deixe simpatizar (ou antipatizar), e muito cuidado com as elites...

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