terça-feira, 25 de agosto de 2009

Selecções do Reader's Digest


Mais uma falência nos USA. É o mercado a funcionar, como explicam os economistas; fecha nos USA, mantem-se noutras áreas. É como a GM (nunca mais resolvem a venda da Opel, será o mercado a funcionar? ou será a Angela a funcionar, tão Adam Smithista que ela é noutras coisas, refiro-me à Merkel, não à Davis, claro? seria uma questão interessante a esclarecer pelos economistas...).
Curioso como os comentadores recordam que conviveram com as Selecções quando eram adolescentes. O que contribuiu mesmo para a formação das pessoas. Têm recordado pouco uma das secções que eu preferia : os "condensados" (é preciso não esquecer que ao princípio as edições eram brasileiras), isto é, resumos de livros. Os puristas arrepanhavam-se, mas ao menos ficava-se a conhecer a história em meia dúzia de páginas. Como seria um "condensado" de "A náusea" de Sartre? Ou "Dos Cavalos de Tarquínia"? Histórias curtas, talvez coubessem numa página . Bárbaros... mas como gostava de ler as Selecções... apesar do seu anti-comunismo simples, à americana, com os seus preconceitos que as próprias Selecções tão bem retratavam (foi lá que eu aprendi aquela do Benjamim Franklin, embaixador na França revolucionária, mandar os relatórios que eram constantemente desditos pelos burocratas de Washington, que estavam longe dos problemas mas que sabiam como era, que o embaixador que estava perto não sabia). E para compensar o anti-comunismo das Selecções passei a comprar também o "Sputnik", que era o equivalente "do outro lado". Também era interessante, mas acabou.
Quanto às Selecções, e perante tudo o que acaba (como dizia a cantiga do Carlos Mendes), talvez recomendar o título de umas das suas secções preferidas: "Rir é o melhor remédio" e ouvir "I Pagliacci" de Leoncavallo:
"Vesti la giubba e la faccia infarina. La gente paga e rider vuole qua... Tramuta in lazzi lo spasmo ed il pianto... Ridi, Pagliaccio, sul tuo amore in franto! Ridi del duol t'avvelena il cor!" (é uma metáfora, claro, mas é isso mais ou menos quando se vêem as coisas a desaparecer sem ser contabilizado pelos economistas o valor do seu desaparecimento; como se sabe, o economista conhece o custo de uma coisa, mas faz por esquecer ou ignorar o valor dessa coisa). Vá, digam lá se não sentem um calorzinho humano quando olham para aquela fotografia das Seleções dos anos 50... sweet bird of youth...
PS - Também gostei muito de ver o comentário de :

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