Com a devida vénia ao DN, cito Paul Krugman:
"Estão a gozar connosco? As pessoas que falharam redondamente em ver os impactos negativos que a austeridade teve estão agora a ensinar-nos sobre crescimento?".
Penso que se refere à senhora e aos senhores do FMI, desde o multiplicador 0,6 por cada euro de austeridade refletido no PIB cada vez mais pequeno, ao esquecimento de uma parte do Excel na correlação entre endividamento e crescimento de Rogof.
Que parecem ser, a senhora e os senhores do FMI, os mais empenhados em impor dificuldades à Grécia, ou ao partido do seu governo.
Se o que estão a fazer com as exigencias é aplicar as teorias de jogos e dos dilemas, atépode ser interesssante, ver a avaliação dos benefícios e dos prejuízos, mas se não for assim é muito mau.
Para um americano deve ser dificil entender porque não se faz o que o tesouro americano fez quando a California faliu (entre outras razões, na sequência da liberalização do setor elétrico), ou o que fez depois da falencia do Lehman Bros e da AIG, sempre injeção de capitais.
Parecem baratinhas tontas os senhores engravatados que mandam na Europa, contentinhos por poderem puxar as orelhas aos preguiçosos dos gregos.
Parece também que entre tantas cabeças luminosas se tenham esquecido da taxa Tobin. Que só poderá avançar se houver acordo entre todos.
Pobre União, se não se consegue um acordo sobre coisa tão simples.
No momento em que escrevo aproxima-se o termo do prazo para o acordo entre as instituições e a Grécia.
Qualquer coisa que permite à Grécia receber dinheiro (por exemplo parte dos lucros do BCE com o empréstimo) para pagar às instituições.
A Krugman já lhe passou a vontade de rir com esta tragicomédia.
E entretanto a noticia passou discreta. A Standard e Poors deu como perspetiva (outlook) para o UK: negativa. Não na perspetiva de saída da Grécia da UE, mas da saída do UK (ai o off-shore em que Londres se converteu).
Interessante a discreção da senhora Merkel. Talvez por ter formação física compreenda a lei de Fermat-Weber aplicada à economia dos países europeus. Numa economia múltipla, os países mais desenvolvidos cada vez se desenvolvem mais, enquanto os menos desenvolvidos ficam cada vez mais para trás. Mas duvido que os economistas teóricos seguidores da escola de Chicago consigam compreender a lei.
Mas são eles que orientam os centros de decisão. Como dizia Jô Soares, "e podem..."
Aguardemos os resultados de mais uma reunião do Eurogrupo.
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