terça-feira, 27 de julho de 2010

Números da crise

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Com a devida vénia ao DN e ao seu cronista Pedro Tadeu, cito os seguintes números da nossa crise, neste caso a crise da dificuldade de avaliação da problemática  laboral.
- desempregados registados: 650.000  (12% da população ativa)
- trabalhadores despedidos nos últimos 3 anos: 210.000
- empresas que fecharam ou iniciaram o processo de falência nos últimos 6 meses: 7.112
- empresas que se constituiram nos últimos 6 meses: 16.528!!!
Isto é, a obsessão de facilitar os despedimentos  não parece poder ser suportada pelos números e, tal como dizia Keynes no auge da depressão, a economia tem capacidade para funcionar. Estando a inflação em valores baixos, não haverá argumento económico para não fazer investimentos. Mas com estes políticos, com estes dirigentes empresariais, com estes fazedores de opinião, com estes formalistas jurídicos, tão entretidos com a religião do mercado, com a isenção de taxas sobre os bancos, com as dificuldades burocráticas de vender as empresas aos trabalhadores despedidos, é difícil.
Aqui no Algarve, por exemplo, a propriedade de parte da rede de supermercados Alisuper vai ser reconvertida: os acionistas serão os bancos e os trabalhadores. Efeito Obama, a la GM?

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