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Insidiosa, a desertificação, insinua-se sem que demos por isso. Esconde-se atrás dos lódãos crescidos, nas avenidas discretas, perto das avenidas das lojas elegantes e que ainda têm movimento.
Falo da Avenida Sacadura Cabral, do percurso da Av de Roma para o Campo Pequeno.
O desastre da desertificação chegou a esta avenida, que pensávamos protegida pelo brilho da Avenida de Roma.
O processo foi simples. Os edifícios são dos anos 50 do século XX e a geração que por lá passou já desapareceu sem que tivesse sido substituída.
Malhas que a cidade tece, em auto-necrosização progressiva.
Dizem-nos os políticos que o mercado devia funcionar, mas já se sabe que no processo de reabilitação urbana o mercado não funciona. Têm de ser estruturadas empresas com custos controlados e os preços das rendas têm de ser indexados aos custos. Já foi feito, cá e lá fora, mas é preciso querer.
Nem os políticos parecem compreender que as soluções têm de ser analisadas em debates abertos, com a participação de especialistas que não sejam os ”reconhecidos”, porque o critério do reconhecimento não é objetivo e é estabelecido por quem não conhece as questões...
Porque será que os políticos não lêem o “Sabedoria das multidões”.
Era só seguir a metodologia exposta...
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