segunda-feira, 26 de março de 2012

Arte de rua

Considere-se, por exemplo, Marie Cochon, que protesta através da sua arte contra a exorbitancia da ganancia às custas de terceiros:
http://www.eberstaller.at/en/marie-cochon/


(com a devida vénia ao DN)

Digamos que não é a argumentação ingénua e naife dos sindicatos que invocam a luta de classes por se assistir à redução do poder de compra dos assalariados e dos direitos dos empregados (considerados como regalias) e ao aumento da taxa de desemprego, que dá mais razão à acusação das primeiras edições do manifesto do partido comunista, no seu apelo, também naife, em termos modernos, à luta violenta.
Digamos que é a insistencia cega de quem detem o poder económico e financeiro no conceito do lucro e da ganancia como objetivo prioritário das empresas que defende essa visão naife.
Podemos não compreender os argumentos dos especialistas de economia, mas compreendemos esta arte de rua (suponho que não serão notas verdadeiras).
A ganancia, parafraseando Columbano Bordalo Pinheiro, a grande porca.

E vamos para Banksy,
http://en.wikipedia.org/wiki/Banksy

a fazer lembrar os cravos na ponta das espingardas. Se a policia revista jovens à procura de armas, porque não pôr uma criança a revistar um policia à procura de cultura?
(com a devida vénia ao DN)

E por falar em policia armado, seria desejável que os militares pensassem e vivessem a cultura de que falei a propósito da criança.
O exército tem uma função importantissima em democracia, por exemplo, o que a arma de engenharia tem feito na reconstruçao do Líbano (e é capaz de fazer em caso de catástrofes), o que o exército português fez numa altura em que o anafabetismo era um flagelo (e ainda devia fazer em termos de formação profissional, mas a ordem que vem de cima é cortar cegamente).
É essa a intenção desta caricatura, para se compreender melhor a necessidade de retirar do Afeganistão e de não repetir os erros que levaram à desgraçada intervenção, não é ofender:

(com a devida vénia a "urban art, best of 2011")

Ver a análise de  Spencer Oliver, secretário geral da assembleia parlamentar da OSCE (organização para a segurança e cooperação na Europa) em:
http://noticias.pt.msn.com/internacional/envolvimento-militar-dos-eua-no-afeganist%c3%a3o-foi-um-erro-hist%c3%b3rico-do-partido-democrata-2

E não sendo arte de rua, que dizer desta caricatura de José Bandeira, no Cravo e Ferradura do DN?


Possivelmente que, à boa maneira portuguesa, com raízes no comportamento pré-romano dos lusitanos, vai surgir da direita, por trás do senhor banqueiro ou investidor, não se vê bem na caricatura, um senhor salvador, que manda, muito preocupado com as dificuldades sentidas pelo povo português em plena austeridade, dificuldades essas que não tinham sido previstas (?!!?), assegurando que os sacrifícios serão por igual para todos (um corte de 10% em quem tem rendimentos insuficientes tem o mesmo efeito de um corte de 10% em quem tem acumulação de rendimentos?). Sugere-se a leitura do enunciado da lei de Philips, para melhorar a capacidade previsional em questões de taxa de desemprego.

Sem comentários:

Enviar um comentário