No programa de ciência da Antena 2 ouvi esta descoberta extraordinária, fundamentada na experimentação laboratorial:
O critério para avaliação do grau de essencialidade d euma proteína num processo biológico é o de realizar uma experiencia em que ela é retirada do processo. Se o processo se realiza e os seus resultados são atingidos, então essa proteína é essencial ao processo.
Do ponto de vista estritamente lógico, parece um paradoxo.
Mas lembrei-me que, por exemplo, os técnicos que primeiro desenvolveram os sistemas de segurança e controle da circulação ferroviária, sem saber nada de biologia, aplicaram o mesmo princípio: qualquer coisa que falhe não deve evitar que o processo, isto é, o transporte em segurança, se realize ou, pelo menos,se faça num estado de degradação segura (“gracefull degradation”).
Ou os projetistas topológicos de redes de transporte, que prevêem sempre um caminho alternativo para o caso de um troço ser vítima de um impedimento operacional. Isto é, se um comboio avariar numa linha, deverá poder alcançar-se o destino através de outra linha.
É isso, a proteína é tão importante para o organismo, que a sua falta deve estar prevista, e existir um mecanismo de recurso ou de substituição.
Como se costuma dizer, ninguém é insubstituível, e as coisas devem poder funcionar sem a pessoa.
O risco é aparecerem uns senhores yupis precipitados a pensar que as coisas apareceram feitas sem o esforço das pessoas.
Tal como na biologia, assim também as empresas estão sujeitas a estes ataques de vírus ou outros organismos mais elaborados, suscetíveis de corromper os processos, não só eliminando as “proteínas” essenciais, mas também os mecanismos de recurso e substituição.
E isso será grave, evidentemente.
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