A praia tem poucas pessoas no primeiro dia de primavera.
Alguns turistas holandeses dão o seu passeio depois do almoço no hotel de uma pequena povoação à beira mar, no sotavento do Algarve.
Também há turistas alemães, que deixaram as suas autocaravanas no parque junto da praia.
A aragem marítima é fresca mas o sol aquece todos.
Passear os cães na praia é uma ótima forma de socializar.
Dá-se o encontro entre ela, que é uma mãe ainda jovem, e ele que é um adolescente.
São evidentes as diferenças de cultura.
A diferença de idades e de cultura não é obstáculo a que a simpatia nasça e os aproxime.
Nestas coisas nunca a diferença de uma coisa ou de outra deveria ser motivo de escandalo.
Mas não é destes dois que vos queria falar.
Ela é a cadela Nunca, que brincava com o seu dono holandês, e ele é o meu cão Smart.
O que me interessava destacar aqui é que nenhum dos turistas alemães que encontro tem o ar de se querer opor à emissão de eurobonds e a uma intervenção mais solidária do BCE.
E que o holandês da Nunca vive no Algarve há 7 anos e não acha que os portugueses sejam uns preguiçosos que não merecem o nível de vida dos holandeses.
Pode ser ingenuidade minha, mas os senhores que tomam decisões nas cimeiras de ministros deviam vir às praias do sotavento falar com os alemães e os holandeses que por lá andam.
Como diria Camilo de Oliveira, isso sim, seria democrático.
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