O autor destas linhas, quando foi aluno do professor Domingos Moura, no Instituto Superior Técnico, nos anos de 1968 a 1970, ficou encantado com a problemática da conversão da energia (mais correto seria dizer conversão, não produção).
Profissionalmente não pôde dedicar-se-lhe a fundo , mas acompanhou com alegria alguns progressos tecnológicos, e com tristeza as reações dos grupos interessados em ganhar dinheiro com a importação de combustiveis fósseis em detrimento das energias renováveis.
Mais tristeza ao presenciar a luta inglória ou então mal direcionada contra o abuso da construção da barragem do Tua (escrevi abuso, porque a meu ver seria razoável a construção da barragem uns quilómetros a montante, embora reduzindo a capacidade de armazenamento da albufeira e a ponta de produção) e a manifestação de graves dificuldades de interpretação dos factos técnicos na discussão de qualquer assunto que envolva a energia em Portugal.
A problemática da energia é, como já se disse neste blogue, dificilmente compativel com a livre concorrencia, por esta limitar gravemente a coordenação e integração das várias formas de produção, transporte e distribuição.
Por isso aplaudo as iniciativas da APREN, associação das energias renováveis, infelizmente apoucadas por muitos e pelo próprio governo, embora sem argumentação técnica sólida e despediçando tempo precioso.
Está a APREN neste momento enviando cartas abertas a senhores ministros, tentando explicar-lhes a importancia de produzir energia elétrica a partir de fontes renováveis.
Na impossibilidade de fazer chegar aos céus dos senhores ministros também a minha voz, limito-me a deixar aqui umas fotografias de biomassa desperdiçada.
Podia ser utilizada em redes de pequenas centrais de cogeração alimentadas por biomassa, podia contribuir para a limpeza dos matos contra os incendios, podia, podia...
É a cultura do desperdício que devia ser combatida.
Seguramente que nos consumos, mas o principal desperdício está em não produzir a energia possível com aquilo de que se dispõe: a água, o vento, o sol, a biomassa.
Custa muito a mobilizar a sociedade civil, é bem verdade, mas a APREN vai tentando.
É pena, diminuia-se o défice...
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