1. De Ignacio Calleja, professor de teologia em Victoria, citado por Anselmo Borges no DN :
"uma globalização económica, gerida no quadro do neoliberalismo, apodreceu especulativamente todo o sistema financeiro e social"… "há um golpe de Estado financeiro no mundo, com especial efeito nos elos mais débeis do sistema dos ricos e subordinação das democracias e dos gestores políticos do momento ao poder financeiro" … propondo-se:
1.1 - "Impedir socialmente o que alguns já chamam o fascismo social (i.é, salve-se quem puder e cada um que se arranje)"
1.2 - “instituir uma reforma fiscal, orçamental e política profunda, sem o que não há saída para a solidariedade, imprescindível hoje."
1.3 - “instituir o controlo 'social-democrático' do sistema económico e financeiro internacional e nacional, na sua opacidade, desregulação, acumulação e soberania expropriada”
2. De Horta Osório, gestor bancário em funções no Reino Unido, em entrevista ao DN (cito de cor):
“tudo se agravou com a securitização e a colaterização das obrigações e fundos tóxicos (venda especulativa de seguros de empréstimos)… a crise teve origem no setor privado e rapidamente se estendeu ao setor público, com as dívidas soberanas a tentarem salvar o setor privado”; na aplicação de medidas contra a crise, nunca me preocupei com a intensidade delas, mas sim com a sua direção”.
3. De José Manuel Trigo, empresário de discotecas e bares, em entevista ao Noticias Magazine:
“Quando se tira qualidade aos produtos, está-se a desvalorizá-los em vez de estar a criar valor acrescentado. Já estivemos na Assembleia da Reublica, com os secretários de estado do turismo de dois governos, mas as vistas são curtas” … “eles acham que isso dá votos (permitir a abertura por um mês de discotecas provisórias no Algarve, sem cumprimento das mesmas obrigações fiscais e de infraestruturas das discotecas “normais”) . Quando eles governarem para o povo e não para os votos isto melhora”.
4. De Catarina Carvalho, em editorial do Noticias Magazine:
“o ministério da educação vai reduzir a carga horária da educação física nas escolas, fechar centros desportivos extracurriculares, e não considerar a disciplina para a nota final dos alunos do secundário” … “quem trata como Portugal trata o desporto na escola, não merece bons resultados nos jogos olímpicos”
5. De Nelson Évora, em entrevista ao DN:
“Sempre que muda o governo, não se continua o que já se fez de bom”
6. De Ilídio Pinho, presidente da Fomentinvest, onde trabalhou Passos Coelho, em entrevista ao Dinheiro Vivo:
“O Estado, o sistema, é mau gestor, não tem tido capacidade de resposta em tempo real aos acontecimentos. A culpa não é do "A" ou do "B", o aparelho do Estado, tal qual está, construído na sua confusão, impede a capacidade de gestão em tempo real. As decisões demoram a tomar ou nem se tomam. Isso é o que está na base das dificuldades que temos” ... “dizer ao povo do Norte que vá trabalhar mais, isso não se faz! …Estou a falar do Norte mas podia falar do Sul. O que estou a dizer é que o corporativismo que reside em Lisboa tem de mudar de hábitos, os interesses ocultos têm de desaparecer” (e citou o caso da da necessidade de reforçar a componente pedagógica de um canal público de televisão)
Eu devia fazer como a CNN (ou será o EuroNews?) e registar isto sem comentários, mas não resisto: há outros caminhos para além dos cortes cegos.
Há as medidas dos 22 economistas aterrados (de que só agora, ao fim de mais de 2 anos, se ouve falar no empréstimo direto do BCE aos governos) e há o que os teólogos Callejas e Anselmo Borges sugerem:
“… é imprescindível uma vida moderada, mesmo com decrescimento no desenvolvimento, para viverem todos com menos e bem". (É verdade que os conselhos de administração não concordam com isto, mas deviam adaptar-se à diminuição do poder de compra dos consumidores no mesmo sentido, para evitar o agravamento das desigualdades sociais).
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