Graças a um artigo de Francisco de Assis no Publico de dia 2 de agosto de 2012, leio a extraordinária citação de Simone Veil:
"A força que mata é uma forma sumária, grosseira, de força.
Muito mais variada nos seus métodos, mais surpreendente nos seus efeitos, é a outra força, a que não mata; ou seja, a que não mata ainda.
Vai matar certamente, ou vai matar talvez, ou talvez esteja apenas suspensa sobre o ser que a todo o instante pode matar; em todo o caso transforma o homem em pedra".
Simone Veil, a Fonte grega
Imagino a força que não mata como a insensibilidade que corta na Cultura, alinhando com os Goebbels e com os generais franquistas que puxavam da pistola sempre que ouviam falar de Cultura. Ainda ontem a RTP2 transmitiu o filme do fim do bunker de Hitler e do seu grupo de seguidores, os que amavam o seu país e o queriam salvar.
Imagino a força que não mata como o convite aos desempregados e aos reformados para se sentirem inuteis.
Imagino-a esgrimida pelos sacerdotes do "empreendedorismo" e da minimização das despesas públicas e da proteção social para os cortes na saúde (como já foi dito num debate televisivo: faz sentido gastar dinheiro com hemodiálise numa pessoa que já não produz?), na educação e na segurança social, que são as 3 maiores despesas.
Imagino-a como o crime sem nome, à distancia de uma geração de jovens, de deixar o abandono escolar afetar a população escolar, gerando nos adultos em que eles se tornarem a criminalidade, a violencia e a incompreeensão dos mecanismos da sociedade (como aliás já hoje os relatórios do PISA revelam).
Não há dinheiro, dirá o inefável ministro das finanças.
Nem pode haver, com um ministro das finanças que estima um aumento do IVA de 11% e ele baixa 2%, e com um ministro da Economia que não debate com a sociedade civil esta questão básica: nenhum país pode sobreviver a importar 80% dos alimentos e 80% da energia primária que consome.
Isso sim, é impossivel.
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