http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2012/06/indignacao-ouvido-em-nisa-e-em-cacela.html
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2012/01/tdt.html
Já foi falado neste blogue o despudor da introdução da televisão digital em Portugal.
Sabemos que o governo gosta de proteger os interesses de grandes empresas, e até estou a referir-me também ao governo anterior.
Por isso, a vantagem técnica da TDT, maior capacidade de canais, foi aproveitada em beneficio de operadores de TV e não da população economicamente mais débil, como parece ilustrado nos posts acima referidos.
Ao mesmo tempo, é chocante manterem-se 4 canais gratuitos (quando se conseguem apanhar), em comparação com maior numero em outros paises europeus.
A cobertura dos emissores digitais é inferior à dos antigos analógicos, provavelmente por serem menos e de menor potencia.
Resultado: os idosos do lar de Nisa ficaram sem ver televisão e à beira do Atlântico, junto de Espanha, aconteceu o seguinte:
É possível, instalando um descodificador, apanhar os canais espanhóis com a antena antiga virada para a Andaluzia. Com as antigas antenas viradas para Faro não se consegue sinal das emissoras portuguesas.
Para se conseguir acesso aos canais gratuitos ter-se-á de comprar uma antena nova (porque o comprimento de onda da emissão é menor e os elementos da antena têm de ser mais pequenos) e um amplificador de sinal.
Temos assim que, contrariamente à propaganda do governo, para manter o acesso aos canais gratuitos (a menos das taxas pagas coma fatura de eletricidade) é necessário dispender:
30 euros para o descodificador
70 euros para a antena
40 euros para o amplificador
30 euros para mão de obra e acessórios
Total 170 euros
É uma pena os senhores bem postos do governo, das autoridades reguladoras, dos operadores, tudo pessoas de bem com a vida, não se ralarem com quem não tem 170 euros para ver televisão “gratuita”.
Como dizia o outro, são poucos os votos que se perdem com isto, e os velhinhos se calhar nem iam votar (estão a ver por que deviam ser contabilizadas as abstenções na distribuição de cadeiras no Parlamento?), e não “faria sentido" estar a gastar dinheiro com quem já não produz.
É uma vergonha e uma desumanidade, salvo melhor opinião.
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